Diabetes Mellitus. Seminário na USF. Curso de Medicina da Famema

diabetes diagnósticoExcelente seminário que  enfatiza as necessidades de compreensão do diabetes mellitus apresentado pelos alunos do 4º  do curso de medicina da Famema – Amanda de  Gouvea Pettersen, Bruna  Grici Cascaldi e Cássio Guedes Pelegrini – Unidade de Saúde da Família.

A escolha dos hipoglicemiantes no tratamento do Diabetes Mellitus é o maior desafio dos médicos para a tentativa de sucesso na queda da glicemia.

É óbvio que somente a escolha de fármacos não produz eficácia plena, e deve haver a abordagem multiprofissional com nutricionista para padronização de dieta, e  a prática de exercícios orientada por professores de Educação Física.

O controle adequado da glicemia determina redução de Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente  Vascular Cerebral e Insuficiência Renal Crônica em vários trabalhos publicados na literatura  médica.

Frequentemente o diabetes mellitus vem acompanhado de aumento de pressão arterial, e nessa condição a associação com as doenças clínicas apontadas anteriormente se agravam em intensidade quando se apresentam nos indivíduos.

Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

Photograph of various diabetic tools and medicine.

Tratamento de Epilepsia – Consenso dos Especialistas Brasileiros

medicamentos 8Artigo científico publicado no Arquivos de  Neuropsiquiatria 2003; 61(4): 1045-1070 para se ter uma análise completa dos principais fármacos utilizados no tratamento da epilepsia.

Uma revisão feita por autores brasileiros, e que ainda é muito utilizada nos ambulatórios de neurologia.

O conhecimento das drogas anticonvulsivantes ou drogas antiepilépticas (DAE) e seus mecanismos de ação é  de fundamental  importância para se evitar associações indevidas, e sem eficácia terapêutica.

O Consenso do Especialistas Brasileiros – Tratamento da Epilepsia procura uniformizar condutas com a experiência colhida ao longo de décadas, e ainda opinião de especialistas no tema epilepsia.

É uma revisão que à época se fazia necessário, mas que com as drogas novas surgindo  na década passada, outras revisões devem vir  evidenciando a experiência científica com os últimos anticonvulsivantes lançados no mercado.

A maioria dos pacientes com crises epilépticas recorrentes necessita tratamento medicamentoso.

As exceções ficam por conta das crises provocadas e episódios separados por anos.

A questão de tratar ou não crise única é controversa e complexa.

Pacientes que têm uma crise não provocada correm risco de recorrência que varia de 31 a 71%, dependendo dos fatores de risco.

Pacientes com síndromes específicas, como epilepsia mioclônica juvenil e lesões cerebrais evidenciáveis por exames de imagem, provavelmente devem ser tratados.

A discussão com o paciente ou o responsável sobre o início do tratamento deve ser feita mostrando os riscos e benefícios do tratamento medicamentoso.

A seleção da DAE depende de múltiplos aspectos.

Os critérios de seleção baseiam-se em eficácia, perfil de efeitos adversos, propriedades farmacocinéticas, formulações disponíveis (diferentes apresentações comerciais) e custo.

A questão da eficiência é obviamente determinante na escolha dos anticonvulsivantes.

Os efeitos adversos são geralmente divididos naqueles de tolerabilidade e segurança.

O último aspecto é de fundamental importância, quando envolve risco médico sério, e as vezes risco de vida.

Ainda que segurança seja a grande preocupação, a tolerabilidade é o problema mais comum.

Virtualmente todos os anticonvulsivantes  podem produzir efeitos colaterais indesejados e até incapacitantes. Geralmente são corrigíveis por redução da dose.

Aspectos farmacocinéticos definem o número de tomadas e interações com outras drogas.

Formulações disponíveis, tais como apresentações comerciais sob a forma líquida, cápsula, comprimidos sulcados ou de liberação lenta podem definir a escolha da medicação.

Finalmente, a questão do custo e disponibilidade da medicação ao paciente são elementos que devem orientar a prescrição médica.

A diferença no custo de DAE convencionais para as novas DAE torna o uso destas, muitas vezes, proibitivo, a menos que estas sejam fornecidas por órgãos especiais, tais como farmácias para medicações de alta complexidade do serviço público.

Em defesa de Saúde Pública com qualidade !

medicamentos - copo

Fisiopatogenia da Enxaqueca – hipotálamo, tronco cerebral e tálamo

enxaqueca - homem - demaisArtigo discorre sobre a possibilidade da depressão ser uma situação clínica predisponente nas crises de enxaqueca, e aponta  para outras vias nociceptivas, além do sistema trigêmino-vascular na fisiopatogenia da enxaqueca.

Há uma possível via para o desencadeamento da dor nas crises de enxaqueca como relação entre o hipotálamo, tronco cerebral e tálamo em um circuito reverberante, principalmente em pacientes acometidos por fatores desencadeantes que atuam no sistema límbico, tais como ansiedade e depressão.

Há uma nova compreensão da fisiopatogenia da enxaqueca com envolvimento do sistema nervoso parassimpático, ao atuar no gânglio esfenopalatino e vasos cerebrais provocando vasodilatação, independente da ativação do  sistema trigêmino-vascular, primeiro ortodrômica e depois antidrômicamente.

Fenômenos corticais determinam a ativação trigeminal, com liberação de substâncias vasoativas das terminações perivasculares e extensão da resposta inflamatória pelas fibras do próprio trigêmeo. Condução trigeminal dos estímulos nociceptivos para centro cerebrais superiores, onde ocorre o reconhecimento da dor.

Durante as crises de enxaqueca, ocorre uma dilatação dos vasos sanguíneos intra e extracranianos.

A fonte da dor deve ser o próprio vaso, porém os mecanismos pelos quais ela é produzida não estão bem claros; presumivelmente, uma estimulação antidrômica em fibras trigeminais que inervam os vasos intracranianos extracerebrais desencadearia nestes uma inflamatória estéril (inflamação neurogênica), ocorrendo liberação de substâncias vasoativas- substância P(SP), peptídeo vasoativo intestinal (VIP), neuropeptídeo Y (NY) e peptídeo relacionado com o gene da calcitonina (CGRP) que acarretaria aumento da permeabilidade vascular e extravasamento plasmático para a adventícia do vaso.

O Ambulatório de Cefaleia recebe encaminhamentos de usuários do SUS pelo Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Em defesa do SUS !

Semiologia Neurológica. Seminário. Curso de Medicina da Famema

marteloSeminário  de Semiologia Neurológica feito pelos alunos do 4º ano  do curso de medicina da Famema –  Lucas Herculano dos Santos Silva, Mariah Guieiro Alves dos Reis, Rhaissa Heinen Peixoto e Rodrigo Takeshi Omoto- Ambulatório Neurovascular- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

A compreensão dos sinais no exame físico neurológico é mais importante que a obtenção do próprio sinal, pois semiotécnica sem a percepção da semiogênse não contribui para a formulação de hipóteses diagnósticas na especialidade médica neurologia.

O exame físico neurológico é bem detalhado, e se utiliza de vários instrumentos para realizá-lo como: estetoscópio,  martelo, diapasão, otoscópio, oftamoscópio, estiletes e alfinetes, algodão, substâncias aromáticas, etc.

Não se pode limitar o exame neurológico a um ritual de manobras sem a devida correlação com a estrutura anatômica avaliada.

Isso é inadmissível!

Sem estudo prévio de neuroanatomia impossível aprender semiologia neurológica.

É bom lembrar que não temos  aulas de neutoanatomia na Famema, e nem laboratório de anatomia com práticas enfatizando a constituição do Sistema Nervoso Central e  Periférico.

Assim é impossível aprender semiologia neurológica sem estudo prévio de neuroanatomia.

Infelizmente há no presente momento um curso  de medicina na Famema sem estudo das patologias do Sistema Nervoso Central e Periférico, e não há estudo das lâminas de histologia e  patologia.

Os alunos tem graves deficiências na sua formação médica pela adoção do modelo PBL de ensino.

Por que não existem atividades de ensino nos laboratórios de anatomia para os alunos da Famema ?

Forças ocultas impedem ?

O Superpedagogo da Famema impede ?

É o modelo  “PBL made in Famema” desinformando médicos no Século XXI.

semiologia classica

Drogas antiepilépticas – efeitos colaterais e mecanismos de ação. Seminário. Curso de Medicina da Famema

medicamentos 7Seminário sobre drogas anticonvulsivantes – mecanismos de ação e  efeitos colaterais apresentado pelos alunos  do 4º ano do curso de medicina da Famema – Lucas Herculano dos Santos Silva, Mariah Guieiro Alves dos Reis, Rhaissa Heinen Peixoto e Rodrigo Takeshi Omoto no Ambulatório  Neurovascular – Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

O mecanismo de ação é de fundamental importância na compreensão da elaboração de plano de cuidados adequado para o indivíduo que apresenta crises epilépticas e ou epilepsia.

Muitos fármacos novos surgiram na indústria farmacológica nos últimos 10 anos, mas, infelizmente,  nem todos estão disponíveis na rede básica de saúde, e sendo assim, tornam o arsenal terapêutico de menor acessibilidade ao usuário do SUS.

As principais medicações utilizadas nos ambulatórios de clínica geral e neurologia são:

Carbamazepina, em monoterapia, é eficaz, sendo agente de primeira escolha em crises parciais simples e complexas e nas generalizadas tônico-clônicas secundárias a uma descarga focal. Tem maior índice terapêutico do que fenitoína, e sua relação dose-concentração plasmática é linear.

Tem menos efeitos adversos do que fenitoína ou fenobarbital, cuja incidência pode ser minimizada por alteração do intervalo entre doses ou uso de preparações de liberação prolongada. Em casos de insucesso com monoterapia, mostra-se sinérgica com ácido valpróico.

Carbamazepina também é indicada no manejo de dor crônica e na fase aguda do episódio maníaco da doença bipolar, durante a fase de latência do carbonato de lítio.

Clonazepam é benzodiazepínico para o qual não há evidências que comprovem eficácia em crises parciais simples e complexas e em epilepsia mioclônica.

Poderia ser considerado fármaco de segunda linha em crises mioclônicas refratárias a ácido valpróico, mas não há ensaio clínico que fundamente tal indicação.

Por isso, este fármaco foi suprimido da lista modelo da Organização Mundial da Saúde em 2005. Além disso, sendo um benzodiazepínico, seu uso crônico fica limitado pela sedação.

Diazepam é benzodiazepínico considerado a primeira escolha no tratamento emergencial do estado de mal epiléptico. Sua administração deve ocorrer até 30 a 60 minutos após o início da crise, quando mecanismos compensatórios ainda previnem o dano neuronal.

O tratamento deve ser instituído preferivelmente por via intravenosa, para obter rápido início de ação. É associado a outras medidas, tais como oxigenoterapia, hidratação parenteral e administração de solução de glicose, se houver sinais de hipoglicemia.

Alguns estudos compararam diazepam, lorazepam, fenobarbital, fenitoína e fosfenitoína no manejo inicial do estado de mal epiléptico. Lorazepam e diazepam seguido de fenitoína demonstraram eficácia comparável (50 a 60% de controle) no controle do estado de mal epiléptico. Se as crises persistem por mais de uma hora após o manejo inicial, o uso de anestésicos gerais é recomendado.

Quando o estado de mal foi desencadeado por suspensão súbita de tratamento prévio com antiepilépticos, a reinstituição desses resolve o quadro. Revisão sistemática dos poucos ensaios clínicos randomizados sobre estado de mal epiléptico mostra que há poucas evidências que fundamentem uma conduta em detrimento de outras.

Diazepam intravenoso faz cessar o quadro em 60-80% dos pacientes.

Diazepam por via retal elimina a recorrência de crises em cerca de 70% dos pacientes.

Diazepam intravenoso rapidamente se redistribui aos tecidos, com meia-vida de distribuição inferior a 30 minutos. Isso determina rápida queda nos níveis plasmáticos, propiciando 50% de chance de novas crises em duas horas. Diazepam e lorazepam intravenosos mostraram desempenho superior ao do placebo quando administrados por paramédicos em indivíduos atendidos na comunidade.

Em crianças, principalmente com convulsões motoras, o acesso venoso é por vezes difícil. Por isso, midazolam intramuscular foi comparado a diazepam intravenoso, mostrando similar eficácia, porém cessação mais rápida da crise pela mais pronta instalação de tratamento.

Fenitoína é eficaz no tratamento de crises parciais simples e complexas, com ou sem generalização secundária, e de crises tônico-clônicas generalizadas primárias. Porém piora crises de ausência e mioclônicas, para as quais está contraindicado.

Em estado de mal epiléptico, é dada em sequência a diazepam ou lorazepam. O risco de bloqueio A-V e de outras arritmias contraindica seu uso em pacientes cardiopatas e idosos em estado de mal epiléptico. É necessário monitorizar concentrações plasmáticas para ajuste de doses e detecção de efeitos tóxicos.

Fenobarbital é barbitúrico de ação intermediária, com eficácia em todos os tipos de epilepsia, exceto em ausência. Por ser muito sedativo em adultos e causar hipercinesia e alterações de comportamento em crianças, não é mais considerado primeira escolha em nenhum tipo de crise.

Fica reservado para casos refratários de crises tônico-clônicas generalizadas primárias e pacientes em que maior grau de sedação é desejado. Em forma injetável, é usado em estado de mal epiléptico. Os efeitos adversos mais graves correspondem à depressão cardiorrespiratória, mas não há evidências de que sejam mais frequentes que os riscos que ocorrem com os outros antiepilépticos.

O Comitê de Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais da OMS de 2007 recomenda que seja usado como terapia de segunda linha em estado de mal refratário ao uso inicial com benzodiazepinas, tanto em adultos como em crianças. Pode ser administrado por vias intravenosa e intramuscular, não exige monitorização, porém a medida das concentrações plasmáticas aumenta a eficácia e a segurança.

Sulfato de magnésio é usado para prevenção de crises epilétpticas  em pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Para tanto, é empregado preferencialmente em infusão intravenosa contínua. Mostra ser o mais eficaz e seguro anticonvulsivante em comparação aos demais para tratar convulsões na eclâmpsia.

Também tem sido indicado com o objetivo de prevenir surgimento de eclâmpsia em gestantes com pré-eclâmpsia.

Em revisão sistemática Cochrane de seis estudos que compararam sulfato de magnésio com placebo ou não-tratamento anticonvulsivante, o fármaco reduziu à metade o risco de eclâmpsia e provavelmente a mortalidade materna, sem influenciar a morbimortalidade fetal.

Ensaio clínico randomizado testou o efeito de sulfato de magnésio em pacientes com pré-eclâmpsia. Houve redução de aproximadamente 50% na incidência de eclâmpsia, sem influenciar a mortalidade materna e fetal.

Comparativamente à fenitoína, sulfato de magnésio reduziu significativamente a recorrência de convulsões, favoreceu a morbidade materna e associou-se a menos admissões e menor permanência de recém-nascidos em unidades de tratamento intensivo.

Comparativamente a diazepam, sulfato de magnésio reduziu mortalidade materna e associou-se a melhores escores de Apgar em 5 minutos e a menor permanência dos recém-nascidos em unidades de tratamento intensivo.

Valproato de sódio tem eficácia comparável à de carbamazepina e fenitoína no controle de crises parciais. Para crises generalizadas primárias, de ausência, mioclônicas e espasmos infantis é considerado como primeira escolha.

Ácido valpróico ou etossuximida controlam crises de ausência em 80% dos pacientes.

Nas crises mioclônicas, a monoterapia com ácido valpróico exerce controle em 75-90% dos pacientes.

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Anticonvulsivantes – mecanismos de ação dos principais anticonvulsivantes usados na prática clínica diária da neurologia

medicamentos 6Seminário de revisão de anticonvulsivantes – mecanismos de ação –  feito pelo aluno Lucas de Moraes Soler do 4º  ano do curso de medicina da Famema – Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mário Covas – disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

O conhecimento dos mecanismos de ação é importante para balizar o Neurologista ou  Clínico Geral na escolha dos fármacos para os diferentes tipos de crises epilépticas que se apresentam nas Epilepsias ou Síndrome Epilépticas.

Muitos mecanismos de ação são semelhantes, e nesse raciocínio  farmacológico há necessidade de se escolher então a droga pelo poder de custo-benefício, pois se assim não se fizer, pode-se ter uma prescrição farmacologicamente correta, mas sem efetividade por falta de adesão do paciente.

Para uma pessoa ser considerada portadora da epilepsia, é necessário que a mesma tenha crises recorrentes, ou seja, que tenha uma grande probabilidade de ter outra em outro mês, no mesmo mês, ou até no mesmo dia.

Onde existe a característica da cronicidade podemos intervir com fármacos, sempre na tentativa de diminuir ou de impedir o aparecimento de crises epilétpticas.

De maneira geral os anticonvulsivantes atuam de quatro maneiras: aumentam o GABA, porque o GABA é um neurotransmissor inibitório, bloqueiam o glutamato, alteram a condutância ao sódio e alteram a condutância ao cálcio.

1- Bloqueio dos Canais de Na+  voltagem dependentes
2 – Bloqueio dos canais de Ca++
3 – Bloqueio do efeito excitatório do glutamato
4 – Potencialização do efeito inibitório mediado pelo GABA

Atuam potencializando pré-sinapticamente, aumentando a liberação de GABA: GABAPENTINA e  FELBAMATO.

Diminuição do metabolismo – aumentando GABA : VALPROATO, VIGABATRINA;

Bloqueando a captação neuronal do GABA, o qual permanece mais tempo na fenda sináptica: TIAGABINA;

Potencialização pós-sináptica do GABA no receptor GABA-A, aquele acoplado ao canal de cloro: FENOBARBITAL, o qual potencializa o efeito do GABA, aumentando o tempo de abertura do canal de cloro; já os BENZODIAZEPÍNICOS aumentam a afinidade do GABA pelo seu receptor.

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