Fisiopatologia da Enxaqueca. Seminário. Curso de Medicina da Famema

enxaqueca - mulher verdeRodrigo Cândido Rezende e Thamires Baldo Cordeiro, alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema – Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde   apresentaram a fisiopatologia da enxaqueca com análise em artigos publicados na literatura científica.

A fisiopatogenia da Enxaqueca ou Migrânea tem-se modificado nos últimos anos com a descoberta  de  mecanismos novos neurotransmissores envolvidos na gênese da dor.

A teoria vascular perdeu em importância, e a teoria neuronal ganhou destaque pelas descobertas científicas nos 20 últimos anos.

Sem compreender a fisiopatogenia da Enxaqueca é impossível se almejar resultado terapêutico promissor.

As principais estruturas envolvidas são o sistema nervoso central (córtex e tronco cerebral), o sistema trigêmino-vascular e os vasos correspondentes, fibras autonômicas que inervam esses vasos, e os vários agentes vasoativos locais, como a SP, CGRP, NO, VIP, NPY, ACh, NA, NKA, entre outros.

A depressão alastrante é o fenômeno neurológico que provavelmente justifica achados experimenais e clínicos na enxaqueca. Ela tem velocidade de propagação semelhante à aura, ativa o núcleo espinhal do trigêmeo e está relacionada à liberação de CGRP e NO.

Alterações circulatórias detectadas por métodos complementares reforçam o papel da depressão alastrante.

A identificação de anormalidades em pelo menos três loci (cromossomas 19 e 1) na enxaqueca hemiplégica familiar evidencia  a herança genética da enxaqueca, e estão relacionadas a anormalidades nos canais de cálcio voltagem dependentes tipo P/Q, específicos do sistema nervoso central, que regulam a liberação de vários neurotransmissores, incluindo a serotonina.

A exemplo de outras anormalidades neurológicas paroxísticas que resultam da hiperexcitabilidade da membrana plasmática, está hoje confirmado que a enxaqueca ocorra devido a uma desordem de canais iônicos.

O Ambulatório de Cefaleia instalado nas dependências do Ambulatório Mario Covas atende os usuário do SUS  encaminhados do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

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enxaqueca mecanismos

Epilepsia e Crises Epilépticas. Seminário. Curso de Medicina da Famema

eeg pretoSeminário  de Epilepsia e Crises Epilépticas apresentado no Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mario Covas – Famema- pelos alunos  Ronaldo Vieira Filho e Simone Pasquarelli Desan- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

As crises epilépticas têm uma classificação, assim como a epilepsia tem suas apresentações clínicas em diversas faixas etárias.

Nem todo indivíduo que tenha crise epiléptica necessariamente é epiléptico, e isso é importante ser enfatizado aos familiares que tenham pacientes em  atendimento nos Ambulatórios de Neurologia, ou em Pronto-Socorros, já que as implicações prognósticas e terapêuticas serão bem diferentes.

O EEG nem sempre se mostra alterado, mesmo em pessoas em que se acredita ter a epilepsia, porém é um exame interessante para seguimento dos pacientes, mas nunca como diagnóstico, pois a anamnese ainda é o padrão-ouro para o diagnóstico.

Epilepsia é distúrbio cerebral crônico de diversas etiologias, caracterizado por manifestações recorrentes clinicamente diversificadas, dentre as quais figuram as convulsões.

A correta caracterização clínica de epilepsia e classificação das crises epilépticas orientam racionalmente o tratamento.

A maioria dos pacientes com epilepsia não obtém cura.

Logo, os anticonvulsivantes são prescritos para prevenir a recorrência de crises.

O objetivo do tratamento é melhor qualidade de vida para o paciente, com melhor controle das crises e o mínimo de efeitos adversos.

A indicação de quando iniciar tratamento farmacológico é ainda uma questão controversa, especialmente a indicação de fazê-lo após a primeira crise, pelo necessário balanço dos riscos de recorrência contra os induzidos por tratamento prolongado com antiepilépticos, tanto em adultos quanto em crianças.

A decisão é individual e baseia-se na avaliação daqueles riscos para cada paciente em particular, afastando fatores provocativos e estabelecendo as restrições devidas ao uso de medicamentos (por exemplo, dirigir veículos).

Para uma primeira crise epiléptica não-provocada, usualmente não se prescrevem antiepilépticos.

Há consenso de que o tratamento da epilepsia deva ser iniciado com agente único.

A monoterapia reduz riscos de toxicidade e teratogenicidade, elimina problemas de interação farmacológica, melhora a adesão dos pacientes e simplifica a avaliação da resposta terapêutica.

Diante da persistência de crises, costuma-se aumentar a dose do fármaco de primeira escolha até que surjam efeitos adversos limitantes.

Estudos mostraram que a substituição do agente em monoterapia por outro fármaco resultou em controle adicional de crises em 25% dos pacientes, comparativamente a 23% de pacientes em que se associou um segundo fármaco ao primeiro, sugerindo que ambas as alternativas sejam equivalentes para aumentar o grau de controle.

Em casos de politerapia, algumas regras orientam um regime racional:

1- Associação de fármacos com diferentes mecanismos de ação, visando sinergismo;

2- Associação de fármacos com diferente perfil de efeitos adversos;

3- Não associação de fármacos com significativa capacidade de indução ou inibição enzimática hepática.

Em crianças, o tratamento continua até um a dois anos após os pacientes estarem livres de crises.

Em adultos, não há evidências publicadas que definam a duração de tratamento após uma primeira crise.

Os potenciais de interações medicamentosas e a monitorização de níveis séricos para orientar a prescrição de alguns antiepilépticos são aspectos a considerar na seleção de tratamento.

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Em defesa do SUS !

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Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia - morenaSeminário de Cefaleias Primárias apresentado pelos alunos  Marília Aoki Settanni e  Victor Augusto Leite Giorgenon – Ambulatório de Cefaleia –  Ambulatório Mário Covas -disciplinas de Neurologia e Educação em Ciências da Saúde no ano de 2011.

As Cefaleias Primárias são mais prevalentes  na população brasileira, e a Cefaleia Tensional é a mais prevalente de todas as primárias, ficando a Enxaqueca ou Migrânea em segundo lugar.

As Cefaleias em Salvas são raras, e acomete mais homens na faixa etária de 50 anos.

São cefaleias que ao serem investigadas não mostram alterações de imagem, e quando pedido o EEG (Eletroencefalograma) nesses indivíduos, o  exame de EEG pode apresentar alterações associadas em indivíduos com Epilepsia, sintomática ou não, ou  apenas achados sem correspondência clínica.

Trata-se o  indivíduo e não o EEG.

A  Clínica é soberana…

A cefaleia é um sintoma subjetivo e pode ser definida como uma sensação de desconforto ou dor localizada na extremidade cefálica.

É fácil entender que a sua prevalência na população geral seja muito elevada, sendo uma das queixas mais comuns encontradas na prática clínica.

A sua prevalência na população geral é muito elevada, sendo uma das queixas mais comuns encontradas na prática clínica apesar de continuar a ser pouco valorizada pelos clínicos, não sendo, muitas vezes, devidamente diagnosticada nem adequadamente tratada.

A epidemiologia de qualquer doença tem importantes implicações no seu tratamento.

As cefaleias não escapam a esta regra.

Por sua vez, o diagnóstico correto é crucial para a avaliação das características sócio-demográficas de qualquer afecção e para o cálculo da sua incidência e prevalência.

Em 1988, a International Headache Society publicou uma classificação de cefaleias que estabeleceu uma terminologia consistente e critérios de diagnóstico para as cefaleias primárias e secundárias.

Estes foram quase universalmente aceitos e deram um novo impulso à investigação e à prática clínica das cefaleias.

A sua revisão em 2004 traduz um aperfeiçoamento na classificação e nos critérios de diagnóstico, baseado na evidência científica acumulada neste intervalo de tempo.

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Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia - retratoSeminário apresentado pela aluna Natália Papa – aluna do 4º do curso de medicina da Famema – Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mário Covas – disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde sobre  Cefaleias Primárias.

A dor de cabeça é queixa frequente em Unidades Básicas de Saúde (UBS)/Unidade de Saúde da Família (USF), e principalmente em Ambulatórios de Clínica Médica.

Seu diagnóstico é clínico, e os exames de imagem são necessários apenas para se afastar a hipótese de cefaleia secundária.

A cefaleia pode ter diversas formas de apresentação clínica que podemos ordenar, para fins didáticos, mas sobretudo com objetivos clínicos, de acordo com o seu perfil temporal.

Reconhecem-se três tipos diferentes de perfil temporal de acordo com a forma e duração da sua evolução: agudo, que evolui em horas ou dias (h/d); subagudo e progressivo que evolui em semanas (s) e crônico que evolui em meses ou anos (m/a), este  subdividido em episódico (intermitente ou paroxístico) e contínuo (sem intervalos livres de dor ou com curtos intervalos livres de dor).

A importância da definição do perfil temporal advém da sua correlação fácil com as causas da cefaleia, isto é, com a etiologia.

O Ambulatório de Cefaleia instalado no Ambulatório Mário Covas recebe encaminhamentos de usuários do SUS do  Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

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Diretriz da SBC sobre Angina Instável e IAM sem Supradesnível do Segmento ST

diretriz - logoDiretriz da Sociedade  Brasileira de Cardiologia para Angina Instável e IAM sem supradesnível do seguimento  ST.

A Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) sem supradesnivelamento do ST são apresentações clínicas da insuficiência coronariana aguda, e que sendo diagnosticadas precocemente podem evoluir sem repercussões hemodinâmicas importantes.

A  Unidade Coronariana é de fundamental importância para o diagnóstico e tratamento clínico precoces, pois são pacientes instáveis hemodinamicamente e necessitam de cuidados intensivos.

Na segunda metade do século XX, introduzidas por Desmond Julian, na Grã-Bretanha, surgiram as unidades de cuidados coronarianos.

Responsáveis por um dos maiores avanços isolados no tratamento do infarto, reduziram a mortalidade de 30% para 15% nas primeiras horas de evolução,contribuindo para uma melhor apreciação no diagnóstico e manejo das arritmias, para advento da monitorização cardíaca contínua, para o desenvolvimento das manobras de ressuscitação cardiopulmonar e dos desfibriladores externos e para o melhor treinamento de médicos e enfermeiros.

Esses avanços evoluíram ainda mais com a monitorização hemodinâmica por meio do cateter de Swan-Ganz e com a utilização do balão de contrapulsação aórtica, auxiliando no manejo agressivo da insuficiência cardíaca e do choque cardiogênico.

Surgiram também as unidades intensivas móveis, equipadas com material e pessoal treinados na detecção e tratamento das arritmias fatais, especialmente a fibrilação ventricular.

As Unidades Coronarianas se tornaram protagonistas da cardiologia Intervencionista nos Séculos 20 e 21, pois nesses locais, as síndromes coronarianas agudas são tratadas por equipes médicas bem treinadas e com competência para os pacientes de alto risco.

Em defesa do SUS !

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IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio

coração e o médicoIV Diretriz da SBC para estudo dos alunos do Ciclo Pedagógico – UPP4- sobre Tratamento do IAM com supradesnível do segmento  ST.

A Diretriz  da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) é uma forma de uniformizar as condutas nos centros médicos brasileiros de média e alta complexidades.

A utilização de trombolíticos tem determinado reperfusão das coronárias, e com isso preservação do miocárdio, e que seria aconselhável a prescrição dessa classe de drogas até 6 horas após o IAM ter se iniciado para sucesso da trombólise.

Se não houver a Unidade Coronariana, deve-se indicar em CTI ou UTI para controle clínico mais frequente do paciente vítima de IAM com supradesnível  ST.

O trombolítico padronizado pelo SUS é a estreptoquinase, mas em outros países existem trombolíticos mais recentes e eficazes, e com menos efeitos adversos .

Lutemos por uma Saúde Pública de qualidade !

diretriz sbc