Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia - menino escolarSeminário de Cefaleias Primárias  apresentado pelos alunos Karine Paula Homem e Rodrigo Rodrigues da Cunha –  Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mário Covas – Faculdade de Medicina de Marília – disciplinas de Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

As cefaleias primárias são as mais prevalentes em Ambulatórios de Cefaleia, e ainda muito frequente em Unidades de Saúde da Família  (USF) e Unidade Básicas de Saúde (UBS).

Em tese, todo medico deveria conduzir bem esses casos, pois os exames de imagem não trazem alterações, apesar da queixa de dor intensa, como nas enxaquecas, ser um sintoma  frequente e angustiante para o paciente.

As cefaleias são importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo devido ao impacto individual e social que essa condição clínica acarreta, à alta incidência e ao elevado potencial de cronificação, além dos custos econômicos e redução na qualidade de vida que afeta seus portadores.

A despeito disso são na maioria das vezes subdiagnosticadas e subtratadas.

As cefaleias primárias poderiam ser diagnosticadas e tratadas por médicos clínicos visto que a probabilidade de uma primeira abordagem diagnóstica por médico não especialista é grande em decorrência da alta prevalência dessas condições na população em geral.

A Sociedade Internacional das Cefaleias (International Headache Society – IHS) promoveu uma padronização dos critérios diagnósticos, listados na ICHD II, revista e publicada em 2004; com o objetivo de uniformizar os sintomas e síndromes presentes nas cefaleias primárias.

O intuito é evitar variações no diagnóstico dessas cefaleias pelos diversos observadores e assim melhorar a acurácia diagnóstica e a orientação terapêutica, tornar esse transtorno reconhecido como doença neurobiológica e minimizar os prejuízos ao seu portador.

O tratamento com fármacos bem indicados é a certeza de sucesso,

Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

cefaleia - casal

Semiologia Neurológica. Seminário. Curso de Medicina da Famema

martelo azulExame Neurológico apresentado pelo Dr. Werner Garcia de Souza, Residente da disciplina de Neurologia da Faculdade de Medicina de Marília- Famema- em 2011.

Importante dizer aos alunos do curso de medicina, que sem conhecimento de neuroanatomia, e sem estudo das patologias das doenças neurológicas, é impossível se aprender semiologia neurológica.

Sem conhecer semiologia neurológica, impossível aprender doenças clínicas neurológicas.

Ainda vale dizer que sem aulas de neuroanatomia e histologia do sistema nervoso central e periférico em peças de estudo e lâminas , e não apenas figuras de livros, é ir contra o bom senso da aprendizagem significativa.

Para quem gosta do “PBL made in Famema”  deve ser uma missão impossível aprender semiologia sem passar pela histologia e anatomia anteriormente.

E sem aprender neuroanatomia, será impossível se aprender tomografia e ressonância de crânio

O Exame Neurológico deve ser procedido assim:

Anamnese

  • Idade, cor, sexo, naturalidade, profissão.
  • Queixa Principal: usar as palavras do paciente.
  • História da doença atual: início e modo de instalação. Dirigir a história quanto à evolução (lenta em doenças musculares progressivas, progressiva em tumores e doenças degenerativas, surtos em esclerose múltipla, paroxística em epilepsia,  e enxaqueca) ; sono, perdas de consciência, etc.
  • História física : gestação, parto e desenvolvimento psicomotor.
  • História da patologia pregressa: acidentes e traumatismos, cirurgias, parasitoses, alergias, doenças venéreas, etc.
  • História pessoal: habitação e alimentação (avitaminoses, neuropatias carenciais) vícios, trabalho e condições emocionais.
  • Antecedentes familiares: patologias hereditárias como esclerose tuberosa, Degeneração Muscular Progressiva, Huntington, Doença de Wilson,  etc.

Exame Físico

Exame físico cuidadoso, visto não ser o sistema nervoso uma entidade isolada e fazer parte de um todo, o corpo humano, sendo várias de suas patologias causadas por alterações de outros órgãos.

AVC isquêmico: baixa pressão arterial — baixo fluxo sanguíneo cerebral. Choque: insuficiência ventricular; uso de drogas anti-hipertensivas e diuréticos. Embolia: fibrilação atrial; lesões oro-valvulares, Doença de Chagas. Trombose: arteriosclerose, Lues. Hemorragias: arteriosclerose, infecções. Neoplasias: metástases da mama, próstata, melanonas. Meningites e abscessos: otites, tromboflebíites, sinusites.

Cada item do exame neurológico é importante na elaboração do diagnóstico .

Relacionamos abaixo, de forma didática, as diversas etapas deste exame e, a seguir, alguns detalhes que julgamos importantes com relação a cada item.

A .Inspeção

B. Crânio e coluna

C. Estática

D. Amplitude dos movimentos

E. Marcha

F. Força muscular

G. Tônus muscular

H. Coordenação

I. Reflexos superficiais e profundos

J. Sensibilidade superficial e profunda

L. Nervos cranianos

M. Palavra e linguagem

N. Sistema Nervoso autônomo

O . Estado mental

O  desafio é compreender a semiogênese dos sinais semiológicos, e não apenas decorar os achados sem interpretação.

O melhor método de se aprender semiologia neurológica é com aulas magnas de neuroanatomia, e após a teoria, a prática nos laboratórios de anatomia e histologia, e por fim,  aplicação nos Ambulatórios de Neurologia.

Em defesa de ensino superior com qualidade.

dejerine

Semiologia Cardíaca – Valvas Mitral e Aórtica. Seminário. Curso de Medicina da Famema

semiologia - coraçãoSeminário apresentado pelos alunos Amanda de Gouvêa Pettersen, Bruna Grici Cascaldi e Cássio Guedes Pelegrini Júnior no ciclo pedagógico da cidade de Garça- USF Araceli – debatendo as  principais patologias valvares: insuficiência mitral, estenose mitral, insuficiência aórtica e estenose aórtica.

A semiotécnica cardíaca é fundamental para o cardiologista formular as hipóteses diagnósticas das doenças valvares.

Em que pese a  Faculdade de Medicina de Marília (Famema) se utilizar de metodologias  ativas de  ensino-aprendizagem consideradas ultramodernas, nada como a aula magna de anatomia, seguida de aula de semiologia cardíaca,  e discussão em ambulatórios  de cardiologia com  pacientes reais, e não paciente simulados de LPP (Laboratório de Prátíca Profissional), no modelo “PBL made in Famema” para se aprender a ausculta cardíaca em manequins.

O aparelho cardiovascular é formado por um órgão propulsor de sangue, e uma rede vascular de distribuição.

Excitados periodicamente, os músculos do coração se contraem impulsionando o sangue através dos vasos a todas as partes do corpo.

Para a semiotécnica é preciso:

É necessário conhecer a projeção do coração e os grandes vasos da base na parede torácica .

· Borda direita – Veia cava superior e o átrio direito (borda esternal direita).

· Borda esquerda – Artéria aorta artéria pulmonar e ventrículo esquerdo (borda esternal esquerda).

Realiza-se a inspeção e palpação simultaneamente.

Examinando deve estar em decúbito dorsal elevado a 30º e o examinador do lado direito ou esquerdo.

Investigam-se:

· Abaulamentos, depressões ou achatamentos pré-cordiais (olhando de maneira tangencial e frontal).

· Análise do ictus cordis ou choque da ponta ou ponto de impulso máximo (PIM) ou ponto apical.

Varia de acordo com o biótipo, localiza-se no cruzamento da linha média clavicular esquerda com o 4º. ou 5º. espaço intercostal.

Consiste em um impulso normal, periódico e circunscrito, sentido como uma pulsação suave de 1 a 2 cm de diâmetro.

Este pode alterar sua localização em estado patológicos e fisiológicos.

Os fisiológicos são:

– normolíneos – 4º espaço intercostal esquerdo, 6 a 10 cm da linha médio esternal.

– brevelíneos – 4º espaço intercostal esquerdo, a mais de 8 cm da linha médio esternal.

– longilíneos – 5º espaço intercostal esquerdo, a menos de 8 cm da linha médio esternal.

Nas patologias pode estar desviado ou ausentes.

· Pulsações epigástricas – podem ser vistas ou palpadas, correspondendo à transmissão na parede abdominal das pulsações aórticas.

· Pulsações supra esternal ou na fúrcula esternal – podem aparecer e dependem das pulsações na croça da aorta.

Ausculta

Pode ser realizada com o cliente em várias posições: deitada, em decúbito lateral, sentado ou em pé.

Os focos de ausculta são:

· Mitral (FM) – localiza-se na sede do ictus cordis.

· Aórtico (FAo) – localiza-se no 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal.

· Aórtico acessório (FAA) – localiza-se no 3º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal (ponto ERB).

· Pulmonar (FP) – localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal.

· Tricúspide (FT) – localiza-se na base do apêndice xifóide.

A ausculta cardíaca começa no foco apical e vai ao longo da borda esternal esquerda até o foco aórtico e pulmonar. Após, coloca-se o examinando em decúbito lateral esquerdo e ausculta o foco mitral à procura de sopro.

Devemos observar:

– Ritmo: classificando-o em regular ou irregular.

– Frequência – número de batimentos cardíacos em 1 minutos.

OBS.: É importante a contagem simultânea do pulso apical (ictus cordis) e do pulso radial, pois em determinadas patologias poderá haver variação de um pulso para o outro.

– Bulhas cardíacas

· 1ª. Bulba (B1) – Corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. Melhor ouvida no ictus cordis (ápice cardíaco).

· 2ª. Bulba (B2) – Corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais agudo, duração menor que a 1ª. Bulba (melhor ouvida nos focos aórtico e pulmonar – base do coração).

– Arritmias cardíacas – é quando há alteração no ritmo, frequência ou ambos.

Sendo assim, torna-se de fundamental importância para os profissionais de saúde saber como examinar adequadamente o sistema cardiovascular empregando semiotécnica e semiogênese adequadas.

Lutemos por uma Famema melhor!

Em defesa do Serviço de Hemodinâmica no Hospital das Clínicas de Marília!

Mecanismo de ação dos antidepressivos. Seminário. Curso de Medicina da Famema

antidepressivos - grandeSeminário apresentado com drogas antidepressivas pelos alunos Rodrigo Cândido Resende e Thamires  Baldo Cordeiro  do 4º ano do curso de medicina da Famema- Ambulatório de Cefaleia – disciplinas de Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

A depressão é uma doença extremamente prevalente na população brasileira, e o conhecimento dos mecanismos de ação dos antidepressivos possibilita melhor resultado no tratamento da Depressão, da Cefaleia Tensional e da Enxaqueca, já que nessas duas últimas condições,  também podem ser utilizados.

Os efeitos colaterais surgem com  a utilização dos mesmos, mas devem ser do conhecimento dos profissionais de saúde.

O advento de medicamentos antidepressivos tornou o tratamento das cefaleias um problema médico, passível de tratamento.

Nas últimas cinco décadas, a psicofarmacologia dos antidepressivos evoluiu muito e rapidamente. Os primeiros antidepressivos – os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores da monaminooxidase (IMAOs) – foram descobertos através da observação clínica.

Os ADTs apresentavam boa eficácia devido à sua ação, aumentando a disponibilidade de norepinefrina e serotonina.

Seu uso foi limitado em função do bloqueio de receptores de histamina, colinérgicos e alfa-adrenérgicos que acarretavam efeitos colaterais levando à baixa tolerabilidade e risco de toxicidade.

Da mesma forma, o uso dos IMAOs ficava comprometido em função do risco da interação com tiramina e o risco de crises hipertensivas potencialmente fatais.

A nova geração de antidepressivos é constituída por medicamentos que agem em um único neurotransmissor (como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina)  ou em dois neurotransmissores (serotonina e noradrenalina) ou (dopamina e noradrenalina).

O ambulatório de Cefaleia ocorre nas dependências do Ambulatório Mario Covas, e atende todos os usuário do SUS  encaminhados do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

depressão

Anticonvulsivantes. Seminário. Curso de Medicina da Famema

medicamento 9Seminário apresentado pela aluna do 4º ano do curso de medicina da Famema -Mirella Almeida de Oliveira- Ambulatório de Cefaleia –  disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

Uma revisão dos principais fármacos usados como drogas anticonvulsivantes.

Existem vários anticonvulsivantes surgidos na medicina, principalmente na década passada, mas nem todos estão disponíveis na rede básica de saúde para serem utilizados no tratamento de epilepsia, ou mesmo como profilaxia para a Enxaqueca, como topiramato e ácido valpróico.

É fundamental também o profissional  levar em consideração o custo no momento da prescrição, pois se não houver a compra do medicamento pelo paciente ou não for disponibilizado na rede básica de saúde, não haverá sucesso terapêutico.

O tratamento da epilepsia é realizado através de medicações que possam controlar a atividade anormal dos neurônios, diminuindo as cargas cerebrais anormais.

É extremamente difícil, se não impossível, predizer o sucesso do tratamento para o paciente individual com base no mecanismo de ação dos fármacos.

Apenas algumas generalizações são possíveis:

Pacientes com crises tônico-clônicas generalizadas e com crises parciais obtêm mais sucesso com fármacos bloqueadores dos canais de sódio (carbamazepina, oxcarbazepina, fenitoína, lamotrigina e ácido valpróico).

  1. Pacientes com múltiplos tipos de crises respondem preferencialmente a fármacos com múltiplos mecanismos de ação (ácido valpróico, lamotrigina, topiramato).
  2. Pacientes com ausências são mais responsivos a bloqueadores dos canais de cálcio de tipos T (etossuximida), N e P (lamotrigina).

O passo mais importante para o sucesso terapêutico é a correta identificação de tipo de crise e síndrome epiléptica, já que os mecanismos de geração e propagação das crises são diferentes, e os vários anticonvulsivantes agem por diversos mecanismos que podem ou não ser favoráveis a cada síndrome.

A escolha do antiepiléptico deve levar em consideração efeitos adversos (especialmente em crianças, mulheres em idade reprodutiva, gestantes e idosos), tolerabilidade individual, facilidade de administração e custo do tratamento.

Existem medicamentos de baixo custo e com poucos riscos de toxicidade.

Geralmente, quando o neurologista inicia com um medicamento, só após atingir a dose máxima do mesmo, é que se associa outro , caso não haja controle adequado da epilepsia.

 Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade!
medicamento cifrão

Insuficiência Cardíaca Crônica. Seminário. Curso de Medicina da Famema

icc- ecgSeminário apresentado pelos alunos  do 4º ano do curso de medicina Ana Luísa Cardoso Rosa da Silva, Felipe Sanches Paro e Gabriela de Fátima Batista Peloso – ciclo pedagógico da UPP4 sobre Insuficiência Cardíaca Crônica.

A Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC) é sem dúvida a doença que proporciona a pior qualidade de vida que uma pessoa possa viver, pois apresenta-se com dispneia, edema de membros inferiores, episódios de Edema Agudo de Pulmão, arritmias cardíacas, e morte súbita.

É o estado fisiopatológico em que o coração é incapaz de bombear  sangue a uma taxa satisfatória às necessidades dos tecidos metabolizadores, ou pode fazê-lo apenas a partir de uma pressão de enchimento elevada.

A Insuficiência Cardíaca Congestiva pode aparecer de modo agudo mas geralmente se desenvolve gradualmente, às vezes durante anos.

Sendo uma condição crônica permite a possibilidade de adaptações do coração o que pode permitir uma vida prolongada, às vezes com alguma limitação aos seus portadores, se tratada corretamente.

No mundo: 23 milhões de casos.

Nos EUA: Maior problema de saúde pública; 5,2 milhões de casos; 550 mil novos casos/ano; 12 a 15 milhões de consultas médicas; 6,5 milhões de dias de internações/ano; Reinternações em 30-50% em 6 meses; 300.000 mortes anuais; 54.000 mortes diretas; Custo de U$ 15 bilhões/ano/ internações.

No Brasil: 6,5 milhões de doentes; 30% é internado anualmente; 4% de todas as internações; 31% das internações cardiovasculares; 380 000 hospitalizações/ano; média de 5,8 dias cada; R$ 200 milhões anuais; 5,6 a 6,0% de mortalidade hospitalar.

Muito se avançou no tratamento da ICC nos últimos anos com a introdução dos inibidores da enzima conversora, e ainda a utilização de alfa e beta bloqueio do sistema  nervoso simpático, pois essas classes de fármacos minimizam os efeitos deletérios do sistema renina-angiotensina-aldosterona e sistema nervoso simpático sobre o miocárdio.

O uso de marcapasso multisítio é outra possibilidade no plano de cuidados ao se associá-lo ao esquema terapêutico farmacológico para melhor eficácia do mesmo.

Lutemos por uma Saúde  Pública com qualidade !

icc - esteto