Tratamento da Enxaqueca. Seminário. Curso de Medicina da Famema

enxaqueca - vermelhoSeminário apresentado pelos acadêmicos de medicina do 4º ano do curso de medicina da Famema –  Cintia Delbem Albino, Caroline Alberghini e  Felipe  Lacerda- Ambulatório de Cefaleia- Ambulatório Mário Covas- disciplinas  Neurologia e Educação em Ciências da Saúde. Excelente revisão dos principais fármacos envolvidos na profilaxia e tratamento da crise de enxaqueca.

A compreensão dos fármacos principalmente em farmacocinética e farmacodinâmica é de fundamental importância no sucesso do tratamento na cefaleias primárias.

Associações de fármacos de mecanismos de ação semelhantes não aumentam a eficácia do tratamento, e às vezes surge até a cefaleia secundária pelo uso abusivo de analgésicos em tratamento ineficaz, ou a própria automedicação que advém do próprio paciente na busca do alívio da dor.

A enxaqueca tem prevalência  em média, variando um pouco de 15% da população, e é uma doença extremamente debilitante, com muitas perdas laborais em crises migranosas.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) apontou a enxaqueca como a quarta doença crônica mais incapacitante no mundo, atrás apenas da tetraplegia, psicose e demência.

A  enxaqueca é de causa genética.

A dor intensa de cabeça, que pode vir associada a outros sintomas, é tão perturbadora que, nos Estados Unidos, o governo calcula perder milhões de dólares por ano com funcionários que faltam ao trabalho por causa da doença.

A enxaqueca é uma cefaleia benigna, isto é, não está relacionada a tumores ou outras moléstias graves.

Na crise, o paciente pode sentir intolerância à luz e a cheiros, náuseas ou vômito e vertigem.

A dor é pulsátil ou latejante, ocorrendo de um lado da cabeça, ou alternando de um lado para outro durante os episódios. A duração vai de quatro a 72 horas e costuma piorar com esforço físico e melhorar com repouso e sono.

Algumas pessoas, antes de a dor chegar, podem sofrer com perturbações visuais (enxergar pontos luminosos, por exemplo) ou formigamentos em alguma parte do corpo.

A Sociedade Internacional de Cefaleia reconhece mais de 150 modalidades de dor de cabeça, e a enxaqueca é uma delas.

Em cerca de 15% dos casos, o quadro de dor é precedido por uma aura premonitória que envolve sinais neurológicos – como as alterações visuais.

O tratamento mais eficaz é multidisciplinar e a maioria dos médicos defende que medidas preventivas devem ser instituídas quando acontecem pelo menos dois ataques por mês, ou quando há aumento na incidência das crises.

Neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes  são empregados na profilaxia.

Na crise triptanos ou anti-inflamatórios  mais analgésico são opções interessantes.

Como doença neurológica genética, não há cura.

O Ambulatório de Cefaleia   tem recebido encaminhamento dos usuários do Departamento Regional de Saúde IX para atendimento e tratamento.

Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

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Genética Clínica – Reunião de Integração Clínica na Famema

caso clinico 5Seminário de Síndromes Genéticas  discorrendo os exames físicos, cariótipos, e fisiopatogenia cada Síndrome Genética.

As síndromes genéticas foram apresentadas em duas sessões na aula magna de apresentação do Prof. Dr. Daher Sabbag Filho.

PARTE 1- SÍNDROMES GENÉTICAS
PARTE 2 – SÍNDROMES GENÉTICAS

As doenças genéticas são de extrema importância para a formação médica, e nesse seminário houve síntese das principais  apresentações clínicas  que ocorrem no Ambulatório de Genética Clínica, o qual é coordenado pelo professor Sabbag.

Infelizmente esse seminário não é apresentado dentro da grade curricular do 4º ano do curso de medicina, e não sabemos por que a Coordenadoria do Curso de Medicina da Famema não convida o docente para tal exposição em aula magna.

Em defesa do ensino superior com qualidade !

Em defesa de aulas e seminários em cursos de medicina.

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Anticonvulsivantes. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelo acadêmico Felipe Sanches Paro do  4º ano do curso de medicina da Famema – Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mário Covas- disciplinas de Neurologia e Educação em Ciências da Saúde sobre o tema anticonvulsivantes.

O seminário discorre sobre os principais anticonvulsivantes mais indicados no tratamento da epilepsia.

O conhecimento da farmacologia  é de fundamental importância para o sucesso no tratamento das crises convulsivas, bem como a escolha de associações com mecanismos de ação diferentes  para maior eficácia nos pacientes com epilepsia.

Infelizmente, o Ministério da Saúde ainda não disponibiliza todos os tipos de anticonvulsivantes  na rede básica de saúde.

Anticonvulsantes são fármacos que, entre outras importantes ações na psiquiatria, também na neurologia evitam ou controlam as crises epilépticas.

Dessa forma os anticonvulsivantes são chamados, na neurologia, como antiepilépticos, e na psiquiatria, como anti-impulsivos e estabilizadores do Humor no Transtorno Afetivo Bipolar.

Pacientes epilépticos podem resistir ao seu uso por não se considerarem bipolares e, ao contrário, os bipolares estranham o fato de terem que tomar um medicamento para epilepsia.

Mas é assim que se faz universalmente.

Alguns desses fármacos, como dissemos, possuem efeitos antimaníacos (antieufóricos) e, possivelmente, antidepressivos (carbamazepina, valproato de sódio, clonazepam), podem ser úteis no tratamento das fortes reações de ira e da conduta impulsiva e agressiva.

Os anticonvulsivantes não devem nunca ser suspensos de forma súbita devido ao risco de produzir crises convulsivas na abstinência.

Os principais anticonvulsivantes usados no Brasil são:
– Carbamazepina
– Fenobarbital
– Gabapentina
– Lamotrigina
– Oxcarbazepina
– Valproato de Sódio
– Topiramato
– Hidantoína

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Epilepsia – Crises Epilépticas. Seminário. Curso de Medicina da Famema

epilepsia - roxoSeminário apresentado pelo acadêmico do 4º ano do curso de medicina Felipe Sanches Paro – Ambulatório de Cefaleia- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde – Famema sobre o tema Epilepsia e Crises Epilépticas.

O aluno de medicina necessita classificar os tipos de crises epilépticas para a escolha de fármacos adequados no sucesso no tratamento da Epilepsia.

A escolha inadequada de anticonvulsivantes pode comprometer o tratamento das crises epilépticas, e ainda provocar baixa adesão ao tratamento clínico instituído pelo neurologista ou por clínico Geral.

Epilepsia (epi=de cima e lepsem=abater) é palavra originada do grego que significa “algo que vem de cima e abate as pessoas”. “Um distúrbio elétrico originado no cérebro que provoca crises epilépticas”.

Na própria etimologia, a epilepsia foi premiada com um caráter místico, misterioso, religioso e mágico.

A superstição, a crendice, as ideias infundadas passaram a ser os maiores inimigos do epiléptico.

Crise convulsiva: É a manifestação motora ocasionada pela descarga de uma população neuronal anormalmente  excitável (descarga de impulso nervoso anárquico).

Crise epiléptica: É qualquer fenômeno sensitivo, motor ou psíquico produzido pela descarga de uma população neuronal anormalmente excitável.

Epilepsia: É a ocorrência de pelo menos 2 crises epiléticas, ou seja, é a recorrência das crises epilépticas após o médico ter afastado outras doenças como causa.

Assim, podemos dizer que toda crise convulsiva é uma crise epilética mais nem toda crise epiléptica se manifesta como crise convulsiva.

Classificações das crises epilépticas:

AS CRISES PARCIAIS SIMPLES PODEM SER:

  • Motora: movimento involuntário
  • Sensorial: parestesias (formigamento), sintomas visuais ou olfativos (cheiro)
  • Psíquica: Déjà vu (sensação de já ter estado em local jamais visitado pelo próprio).

AS CRISES PARCIAIS COMPLEXAS PODEM SER:

  • Epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM):

Associado com crise febril na infância possui período livre de crises até a adolescência.

Caracterizada pela perda da consciência seguida de automatismos oro-alimentares (movimentos de mastigação ou deglutição) e está associado com esclerose do hipocampo (estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano), sendo a mais comum epilepsia do adulto. Tratamento de escolha: Carbamazepina ou Fenitoína.

AS CRISES GENERALIZADAS PODEM SER:

  • Ausência (pequeno mal):

Faixa etária 5-7 anos de idade, possui lapsos curtos e sucessivos da consciência (perda da consciência < 10 segundos). Alguns fatores podem desencadear como a hiperventilação (respiração rápida e profunda) e hipoglicemia (diminuição dos níveis de açúcar no sangue). Tratamento de escolha: Acido Valpróico ou Etossuximida.

  • Crise Tônico-Clônica Generalizada (enrijecimento seguido de movimentos repetidos involuntários) CTCG:

Perda da consciência com queda, seguida de uma fase tônica (enrijecimento da musculatura) “grito epiléptico”, espasmo tônico extensor de todo corpo, apneia (ausência da respiração) e cianose (coloração azulada da pele decorrente de diminuição oxigênio tecidual) e terminada na fase clônica (movimentos repetidos e involuntários). Tratamento de escolha: Ácido Valpróico ou Fenobarbital

  • Epilepsia Mioclônica Juvenil (EMJ):

Início 8-20 anos e caracteriza por mioclônias (movimento involuntário da musculatura) matutinas que podem evoluir para Tônico-Clônico Generalizada. Desencadeadas pela privação do sono, exposição à luz estroboscópica (luz de danceteria). Tratamento de escolha: Ácido Valpróico ou Fenobarbital.

  • Crise Mioclônicas:

Abalos clônicos bilaterais e simétricos (cabeça, tronco e membro) sem perda da consciência. Pode evoluir para Tônico-Clônica Generalizada.

  • Crise Atônica (ausência de força):

Atonia súbita de todo o corpo, levando à queda imediata, ou só da cabeça e a consciência é preservada. Tratamento de escolha: Ácido Valpróico ou Lamotrigina.

  • Estado do Mal Epiléptico (EME):

Por definição é a crise epiléptica que não cessa ou que possui crises reentrantes sem recobrimento da consciência superior a 30minutos, mas na prática consideramos como crises maiores que 5 minutos.

Manutenção das vias aéreas, glicemia capilar, acesso venoso: Benzodiazepínico, Fenitoina, Fenobarbital e monitorização eletrocardiográfica devem ser propostos no plano de cuidados.

Tomografia no Mal Epiléptico pode ser interessante.

Ambulatório Mário Covas atende os usuários do SUS encaminhados pelo  Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Lutando pela Saúde Pública com qualidade!

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Cefaleias Primárias e Secundárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

mulher-dor-de-cabeça-azulSeminário apresentado pelas alunas Giovana Pinotti e Bruna Bueno – Ambulatório Neurologia –  Ambulatório Mario Covas – disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde  discutindo cefaleias primárias e secundárias.

As cefaleias secundárias deveriam ser as únicas atendidas pelo Neurologista, já que as cefaleias primárias, em tese, podem ser atendidas por qualquer médico, independente da especialidade médica.

A cefaleia secundária é a dor de cabeça que é causada por uma outra doença, que tem como manifestação clínica a dor de cabeça.

A cefaleia secundária pode ser devido a uma lista grande de alterações do organismo e da sua interação com o ambiente.

As cefaleias secundárias podem ser causadas por:

  • traumas cranianos e/ou cervicais;
  • doenças que afetam as artérias, veias e a circulação do cérebro (aneurismas, isquemias e sangramentos no cérebro);
  • por doenças que aumentam ou diminuem a pressão de dentro da cabeça;
  • por tumores cerebrais;
  • pela ingestão ou exposição a produtos químicos nocivos e tóxicos (gás carbônico, álcool, drogas, Aji-no-moto), pelo uso excessivo de analgésicos, ou pela retirada de substâncias (opioides e cafeína);
  • por infecções;
  • por alteração metabólica, por desequilíbrio do funcionamento do organismo (alterações de hormônios, pressão arterial, oxigenação);
  • por problemas das estruturas pericranianas, ou seja, qualquer problema de olhos, ouvido, nariz e seios da face, dentes e ATM, pescoço, pode causar dor.

Tabela de  Causas de Cefaleias Secundárias

Grupo Exemplos
Traumas cranianos ou do pescoço Acidentes de carro, batidas na cabeça
Doenças das artérias, veias ou circulação cerebral Aneurismas, isquemias ou sangramentos
Aumento ou diminuição da pressão intracraniana Hidrocefalia, Cefaleia pós-raquianestesia
Tumores cerebrais Gliomas, meningiomas, metástases
Produtos químicos gás carbônico, álcool, drogas, Aji-no-moto), analgésicos, retirada de opioides ou cafeína
Infecções Cerebrais (meningites), no corpo (gripes, sinusites, pneumonias, infecções urinárias)
Desequilíbrios do organismo Hormonais (tireoide, adrenal, ovários), pressão arterial, oxigenação)
Doenças de estruturas pericranianas Doenças dos olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, ATM, pescoço

A Sociedade Internacional de Cefaleias publicou em 1988, pela primeira vez critérios diagnósticos para se definir um ou outro tipo de dor de cabeça, que recentemente foi atualizada na sua segunda edição (2004).

A necessidade de exames de imagem é fundamental para se ter o diagnóstico correto nos pacientes com suspeita de cefaleia secundária, tais como tomografia computorizada de crânio e ou ressonância magnética de crânio.

O Ambulatório de Cefaleia  instalado no Ambulatório Geral – Mário Covas é credenciado pelo Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

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Casos de Genética Clínica – Reunião de Integração Clínica na Famema

dnaCasos Clínicos apresentados pelo Prof. Dr. Daher Sabbag Filho aos alunos da 4ª série do curso de medicina da Famema discutindo  Síndromes Genéticas, Semiotécnica e Semiogênese de cada caso.

O seminário apresentou casos de Genética Clínica  aos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema.

A reunião de integração muito bem articulada pelo Professor Daher Sabbag Filho, ainda não é uma reunião anátomo-clínica, mas deveria ser um grande cenário de ensino-aprendizagem.

Mais de 30 alunos presentes ontem no evento.

A coordenadora do curso de medicina deveria implantar a obrigatoriedade desse modelo de reunião na grade curricular do 4º ano do curso de medicina, e não apenas ser um ato de voluntariedade do Professor Daher Sabbag.

A participação do estudante em  reuniões anátomo-clínicas, que representam um espaço de discussão de um caso clínico em que são abordadas as manifestações sintomatológicas juntamente com alterações morfo-funcionais representa uma ferramenta válida para inserir o aluno num espaço de contextualização com a futura prática laboral.

A experiência das sessões anátomo-clínicas é prática  implementada em todas as universidades europeias, e muitas faculdades públicas do Brasil.

Em defesa do ensino superior com qualidade nas universidades !

Em defesa de reuniões anátomo-clínicas nas universidades.

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