Quando Galileu começou as suas observações com o telescópio, finalmente começaram a aparecer argumentos definitivos contra o modelo geocêntrico.
Galileu não foi provavelmente o primeiro a utilizar um telescópio para observar os céus, cabendo essa honra provavelmente a Thomas Harriot, na Inglaterra, ou a Simon Marius, na Alemanha.
No entanto, Galileu fez evoluir o telescópio até uma ampliação superior a 20 vezes, e apresentou os céus no livro Sidereus Nuncius de uma forma que nunca antes havia sido vista, fruto de uma observação meticulosa do céu ao longo de muitas noites consecutivas.
Galileu discutiu os resultados das suas observações num livro intitulado Diálogo Relativo aos Dois Grandes Sistemas dos Mundos – Ptolomaico e Copernicano.
Nesse, os dois sistemas são debatidos numa série de discussões entre três homens: Salviati, Sagredo e Simplicio. Salviati representa Galileu, Sagredo representa um ouvinte inteligente e Simplicio um obtuso Aristotélico.
O livro é publicado em Florença, em 1632, tendo sido apreendido pela Inquisição que ordena a Galileu que se apresente em Roma.
Em 1633 é julgado pela Inquisição, tendo em parte do julgamento sido ameaçado de tortura se não se confessasse herético.
Galileu afirmou sempre que após a condenação pela Congregação jamais voltaria a defender o heliocentrismo.
Finalmente, após ter renegado a teoria copernicana, foi condenado pelos sete cardeais do júri a uma vida em cativeiro.
O Papa Urbano nunca chegou a ratificar o veredicto, talvez por considerar Galileu efusivo, mais que herético. De acordo com a lenda, quando se levantou após ter renunciado a sua ofensa terá batido com o pé no chão dizendo em voz baixa: “Eppur si muove!“.
Em 18 de janeiro de 1642, morre Galileu, em Arcetri, com 78 anos.
O preço por defender a verdade de determinado tema ou assunto pode ser mal interpretado por obtusos aristotélicos, ou ainda em faculdades, modelo ” PBL made in Brazil “, na qual uma pessoa deseje uma instituição de melhor qualidade.
A verdade é que nessas faculdades não há laboratórios de patologia, fisiologia, anatomia, e nem laboratórios para pós-graduação.
Diante da teoria de Galileu, já ancorada em achados prévios de Nicolau Copérnico, de que a Terra gira ao redor do Sol, e não como pensava a igreja católica, à época, penso estarmos diante de um novo paradigma: “O PBL made in Brazil ou à brasileira”.
Tese: o paradigma é que os alunos passam em grandes residências médicas, e são mais críticos da realidade social.
Bela bandeira ufanista !
Essa é a tese institucional dessas faculdades públicas.
A antítese: falsa verdade, pois o resultados são alicerçados no ENADE, pois os alunos são excelentes, visto que já passaram por um vestibular difícil, e ainda, que os alunos fazem Med Curso e SJT.
A síntese: modelo surreal de ensino, anacrônico, e desorganizado, no qual os professores não podem dar aulas, não podem fazer aulas magnas dos conteúdos necessários em cada disciplina.
Na visão dos “Super Pedagogo” dessas faculdades (bom que se saiba que muitas não têm pedagogos), os alunos aprendem “problematizando” nos cenários de ensino-aprendizagem do SUS (orientados por profissionais sem Residência Médica, e em casos de tutoria (conteúdos elaborados por docentes que disponibilizam de 6 a 8 casos clínicos por série, e portanto todas as 53 especialidades médicas estão assim representadas- 24 a 32 casos clínicos em 4 anos).
Uma grande incongruência pedagógica.
Será que estou tendo a visão distorcida dos fatos?
É uma hipótese…
As demais instituições de ensino não devem orbitar ao redor desse modelo “PBL made in Brazil em cursos de medicina”, mas seguirem os outros modelos e correntes pedagógicas de ensino em cursos de medicina, sabidamente eficazes ao longo dos séculos.
Galileu acabou sendo compulsoriamente preso na cidade de Arcetri (vida em cativeiro) pela igreja católica pela constatação de que a Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo).
Não almejo ir para Arcetri, nem para lugar algum, porém desejo defender meus princípios da melhor corrente pedagógica, e não me submeter ao “PBLcentrismo”, e permitir outras correntes pedagógicas aplicadas em cursos de medicina, e outrossim, buscar o verdadeiro ensino em curso de medicina.
Será que vou para o cativeiro por defender meus princípios invocando a liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal de 1988?
Cativeiro ou fogueira ?
É a Santa Inquisição ocorrendo nos bastidores das instituições sucateadas no ensino superior.
Que escolha para quem luta por verdades cristalinas.
Aguardemos o fim do PBLcentrismo !
“De erro em erro, vai-se descobrindo toda a verdade”.