Acidente Vascular Cerebral. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos do 4º ano do curso de medicina da Famema -Lucas Nakasone M. Silva, Luiz Villanova e Affonso, Maitê Freire Cardoso, Mariana M. Sakugawa e Vanessa Ap. de Lima- Ambulatório Neurovascular- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de cinco milhões de pessoas morrem, anualmente, em decorrência do AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame. No Brasil, este índice é de aproximadamente 100 mil casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Desse total, 43 mil ocorrem na região Sudeste: 21 mil em São Paulo e quase 11 mil no Rio de Janeiro. Quando não  mata, o mal leva a sequelas graves que atingem em torno de 50% dos sobreviventes.

Por fim, sabe-se que a doença é mais comum após os 40 anos, embora possa surgir em qualquer idade.

Mas estudos mostram que o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é cada vez mais frequente em indivíduos com menos de 40 anos.

De acordo com o DATASUS, o banco de dados do Ministério da Saúde, entre 1998 e 2007, houve um crescimento de 64% nas internações por AVC (Acidente Vascular Cerebral, popularmente chamado de derrame) entre homens de 15 a 34 anos, e de 41% entre mulheres na mesma faixa etária.

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avc- epidemiologia

Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema- Mariana Cincerre, Luís Eduardo Santos, Priscila Castro, Raquel Souza de Oliveira e Vinícius Pilão- Ambulatório de Cefaleia- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde – discorrendo sobre Cefaleias Primárias.

Cefaleia é uma sensação de opressão subjetiva manifestada como dor na extremidade cefálica, que acomete, ao longo da vida, 93% dos homens e 99% das mulheres, sendo que 40% das pessoas são acometidas com regularidade. 5 a 10% da população procura ajuda médica por conta de cefaleias.

São classificadas como primárias, quando não são demonstráveis por exames clínicos e laboratoriais usuais; e secundárias, quando são provocadas por doenças e com ligação demonstrável aos exames clínicos e laboratoriais.

Segundo a instalação da dor elas podem ser explosivas, quando acometem o indivíduo subitamente, em fração de segundos; agudas, quando a instalação se dá dentro de minutos ou horas; subagudas, quando esse período se dá dentro de semanas ou meses; crônicas, que evoluem dentro de anos, podendo ainda ser progressivas e não progressivas.

As não progressivas ainda tem a classificação de recorrente, que pode ocorrer na forma de qualquer tipo da cefaleia primária (migratória, tipo tensional e outras trigêmino-autonômicas, em salvas e outras); e persistente, que ocorre geralmente 4 horas por dia.

A etiologia da cefaleia primária a relaciona a disfunções temporárias ou permanentes de sistemas não vitais.

Alguns autores relacionam a etiologia da cefaleia primária com a fibromialgia, admitindo que é comum para as duas patologias um distúrbio negativo na secreção de serotonina, e positivo na  produção de óxido nítrico.

Um fato que comprova epidemiologicamente essa premissa é o estudo de Okifuji et al., ao afirmar a prevalência da fibromialgia em pacientes acometidos por cefaleia primária é de 40%.

As cefaleias primárias são classificadas em migratória (também chamada de migrânea ou enxaqueca), cefaleia tipo tensional (CTT), em salvas e outras cefaleias.

A enxaqueca, definida como desordem idiopática de localização no córtex ou tronco cerebral, caracterizada por crises recorrentes de dor de cabeça de intensidade variável.

Na maioria das vezes é unilateral no início, por vezes acompanhada de modificações do humor e distúrbios sensoriais e motores, além de foto e fonofobia e 70% dos pacientes acometidos pela enxaqueca tem um familiar direto com o mesmo problema.

É dividida em cinco fases: sintomas premonitórios, aura, fase álgica, resolução da fase álgica e fase de recuperação.

Os sintomas premonitórios indicam ao paciente a iminência da crise. Nessa fase ocorre irritação, raciocínio lento e dificuldade de memorização, desânimo, avidez por doces e sono agitado, inclusive com pesadelos.

A primeira informação a se prender sobre a fisiopatologia da enxaqueca, é que o cérebro de pacientes portadores é hiperexcitado.

Por isso qualquer situação do dia a dia pode desencadear uma crise de dor, nesse caso dita migranosa.

Algumas possíveis explicações  são a deficiência do íon magnésio, alta produção de neurotransmissores excitatórios – glutamato e aspartato, além de alterações nos canais de cálcio voltagem dependentes. A esses canais foram relacionadas alterações no braço curto do cromossomo 19, de pacientes que cursam com hemiplegia na fase da aura.

Os sintomas premonitórios, no geral, seriam causados também por distúrbios no sistema límbico-hipotalâmico.

A aura teria origem no córtex, ocorrida a partir de uma hipoperfusão e consequente depressão de atividade cortical iniciada no polo occipital, difundida em ondas para o restante do cérebro.

Essa depressão culmina no aumento da secreção de noradrenalina, distúrbio nos canais de cálcio, deficiência de magnésio e aumento dos aminoácidos excitatórios. Caso a depressão dure pouco tempo, os sinais neurológicos desaparecerão em até uma hora.

Se a hipoperfusão se sustente, haverá acidente vascular isquêmico, evoluindo com sequelas definitivas.

A dor já seria resultado de alterações no sistema trigêmino-vascular (sistema inervador de vasos cerebrais e dura-máter, e cujos corpos celulares estão localizados no gânglio trigêmeo).

As alterações relatadas resultam em inflamação de meninges, pois há ativação do gânglio trigeminal após os sintomas premonitórios e aura. O gânglio do 5º par craniano enviará sinais para os locais próximo aos vasos que suprem as meninges, comandando a liberação de substância proteolítica e peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP).

Isso provoca vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular com consequente extravasamento de plasma e de outras substâncias contidas nos vasos, tais como a bradicinina, peptídeos vasoativos e óxido nítrico, que induzirão à inflamação.

As aferências trigeminais que chegam nesse local serão então excitadas pela inflamação e levarão estímulos para o tálamo e córtex, onde haverá a interpretação de todo o processo como dor através dos distúrbios citados anteriormente, a saber, queda da serotonina, e depressão do sistema opióide .

QUADRO CLÍNICO DA ENXAQUECA

A fase de enxaqueca com aura ocorre em 20% dos pacientes, se desenvolvendo num período de 5 a 20 minutos, e duração de aproximadamente até uma hora.

Tipos:

· Típica, apresenta-se como escotomas e “escotomas cintilantes”, muitas vezes associados a disfasia e parestesia unilateral. Algumas vezes ocorre hemiparesia ou hemiplegia de face e membros;

· Tipo basilar, ocorre escotomas nos dois olhos, disartria, vertigem, zumbido, hipoacusia, diplopia, ataxia, parestesia e diminuição do nível de consciência. Esse tipo segue eventos ocorridos no tronco cerebral;

· Aura sem infarto, aura com duração maior que uma hora e menor que sete dias, sem indicações nos exames de imagem;

. Aura típica sem cefaleia, geralmente em pacientes com mais de 50 anos;

· Aura retiniana, os sintomas visuais anteriormente referidos como os cintilos, diplopia, escotomas, etc., e ocorrem unilateralmente.

A fase álgica é quando ocorre a cefaleia propriamente dita, sendo de forte intensidade, pulsátil, que piora com a execução das atividades diárias. Melhora quando o indivíduo fica em ambientes escuros e silenciosos.

Em dois terços dos casos é unilateral, dura entre 4 e 72 horas e muda de um lado para outro na recorrência das crises, porém predominando na região fronto-temporal e orbitária. Outros sintomas se associam, como náuseas e ou vômitos, além da fono e fotofobia.

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO

Como na crise há  vasodilatação, colocar gelo sobre a área dolorida pode aliviar os sintomas de alguns;

Colocar os pés dentro de um balde com água morna aumenta a vasodilatação periférica e consequentemente diminui o fluxo sanguíneo cerebral o suficiente para diminuir os sintomas;

Ingestão de café, pois a cafeína inibe a degradação do AMP-c, que age no sistema de segundo mensageiros e induz a vasoconstrição intracraniana;

Compressão da artéria temporal do lado doloroso;

Provocar vômitos também melhora a crise devido a estimulação de serotonina pelas células cromafins – células secretoras de catecolaminas – do intestino.

MIGRÂNEA SEM AURA NA CRISE LEVE

A primeira conduta é separar o paciente de ambientes claros e não silenciosos. Analgésicos comuns tais como dipirona ou paracetamol, ambos na dose de 1.000 mg, associados a outro anti-inflamatório não-esteroidal (AINE), como o diclofenaco sódico 50 a 100 mg. Se houver vômito pode-se utilizar a metoclopramida. ou a domperidona.

NA MIGRÂNEA SEM AURA DE CRISE MODERADA

Nesses casos podem ser utilizados os triptanos, que agem sobre os receptores serotoninérgicos aliviando a dor rapidamente. Um exemplo é o naratriptano, que pode ser utilizado como comprimidos de 2,5 mg, ou o rizatriptano na dose de 10 mg.

Nessa crise também se pode utilizar a dipirona IV 1.000 mg, ou seja, um frasco-ampola diluído em soro fisiológico ou glicosado, mantendo o paciente deitado.

Pode-se recorrer à associação clássica de anti-inflamatórios mais analgésicos, isoladamente, ou concomitante com triptanos.

MIGRÂNEA SEM AURA NA CRISE FORTE

É utilizado os triptanos, clorpromazina ou indometacina.

Pode-se recorrer à associação clássica de anti-inflamatórios mais analgésicos, isoladamente, ou concomitante com triptanos.

A clorpromazina tem sua ação em bloquear os receptores dopaminérgicos na área mesofrontal e sistema límbico, e também é bloqueadora de receptores adrenérgicos e histaminérgicos, os quais induzem o paciente a cursar com hipotensão ortostática e sedação. É recomendado a associação com dexametasona para inibir a reação inflamatória, ou até mesmo um AINE.

MIGRÂNEA COM AURA

Aqui podem ser utilizados qualquer medicamento do tratamento da migrânea sem aura, com exceção dos triptanos e ergotamina. Ou seja, dipirona, paracetamol, diclofenaco, metoclopramida, inclusive ácido acetil salicílico 1.000 mg, lembrando do seu efeito antiagregante plaquetário.

Se o paciente tem três crises ou mais no mês, é necessário o tratamento profilático, que é realizado com antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina ou nortriptilina 10 a 75 mg, uma vez ao dia.

Pode também ser utilizado os inibidores de recaptação de serotonina, como a fluoxetina na dose de 20 a 40 mg ao dia; betabloqueadores, como o propranolol 40 a 120 mg VO ou metoprolol 100 a 200 mg; bloqueadores dos canais de cálcio, como a flunarizina 5 a 10 mg à noite; e por fim antiepiléticos como o valproato de sódio (500 a 1.500 mg ao dia) e topiramato ( 25 – 150 mg ao dia).

REFERÊNCIAS

LOPES, Antônio Carlos. Tratado de Clínica Médica. 2. ed. São Paulo: Rocca, 2011;

STUGINSKI-BARBOSA, juliana; DACH, Fabíola; ESPECIALI, José Geraldo. Relação entre cefaleia primária e fibromialgia: revisão de literatura. Revista Brasileira de Reumatologia. v. 47. n. 2. p. 114-120. Mar/abr, 2007.

MONTEIRO, José M. Pereira. Cefaleias primárias: causas e consequências. Revista Portuguesa de Clinica Médica. v. 22. P. 455-459, 2006.

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Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

avc- dua carasSeminário apresentado pelos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema Lucas Pena Daraio, Maíra Freire Cardoso, Marcela Baldo Seixlack, Marília Perissoto Scholl, Rui Pieri Neto-Ambulatório Neurovascular- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde.

Inicialmente ao estudarmos AVCI é fundamental recuperarmos os conceitos da fisiologia da circulação sanguínea, e as implicações biológicas entre plaquetas e os fatores de coagulação.

O estudo da fisiopatologia do AVC  é de vital importância para  compreensão das mudanças pressóricas que ocorrem na fase aguda do AVC, bem como o quadro clínico esperado e decorrente de qual território arterial está comprometido.

Posteriormente é fundamental o estudo dos antiagregantes plaquetários  para a compreensão da terapêutica a ser instituída tanto na fase aguda quanto na prevenção secundária de novos AVCI.

Há algumas situações em que somente os antiagregantes não são suficientes para o tratamento do AVC, sendo necessário a prescrição de anticoagulantes  orais.

E por fim em hospitais de alta complexidade há Unidades de AVC, em que trombolíticos  podem ser utilizados até 4,5 horas do início dos sintomas.

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AVC- CAMPANHA

Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

dor ce cabeça- fundo vermelhoSeminário apresentado no dia 28 de novembro de 2013 pelos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema- Ambulatório de Cefaleia- Ambulatório Mário Covas- disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde – Lays de Cassia, Renata Papassoni, Victória Zanuto Bianchi e Vithor  Ely abordando sobre cefaleias primárias.

Cefaleia é uma das queixas mais comuns nos serviços de saúde ambulatoriais e de emergência.

Estima-se que, durante toda a vida, 97% de todas as mulheres e 93% de todos os homens apresentarão pelo menos um episódio de dor de cabeça.

Cefaleia é a terceira causa de atendimento nos ambulatórios de clínica médica e a primeira causa de procura pelo neurologista.

Quando se avaliam os principais motivos de atendimento no pronto-socorro (PS), a cefaleia está entre os cinco primeiros.

Na seara do tratamento convencional, os médicos concluíram que remédios como o topiramato e o valproato de sódio são os mais indicados com o objetivo de evitar crises futuras.

Figuram, ao lado da toxina botulínica, como o que há de mais avançado para a enxaqueca crônica.

Desde o ano passado, a toxina botulínica está liberada para uso nos consultórios a fim de combater a enxaqueca crônica.

Acredita-se que a substância bloqueia neurotransmissores responsáveis pelas sensações de dor.

São 31 aplicações na cabeça e pescoço, feitas a cada três meses até a melhora dos sintomas.

O Ambulatório de Cefaleia recebe encaminhamentos de usuários do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

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adão - expulso do paraiso