Cefaleia é uma condição frequente, de intensidade variável e características distintas.
Podem ser divididas em dois grupos: primárias e secundárias.
Ao primeiro grupo pertencem as dores de cabeça que indicam, ao mesmo tempo doença e sintomatologia.
Ao segundo, aquelas que são secundárias a outras doenças. Por exemplo: infecções bacterianas e virais (sinusite, meningite, encefalite, gripes e resfriados), fibromialgia, aneurismas, tumores cerebrais, avc, traumas de crânio, lesões cranianas, distúrbios oftalmológicos e do ouvido.
Cefaleias Primárias
Cefaleias primárias são aquelas de causa desconhecida, ou seja, cuja origem não pode ser explicada por uma lesão cerebral ou alguma lesão em outro lugar do corpo.
Diferencia-se, portanto, das chamadas cefaleias secundárias, onde há uma causa identificável para a dor de cabeça.
As cefaleias primárias podem ser classificadas em:
1. Cefaleia tensional – A forma mais comum de cefaleia primária, onde há dor em pressão ou aperto frontal, fronto-occipital ou holocraniana. Costuma ser leve ou moderada, não atrapalha as atividades da vida diária, e raramente leva o paciente a procurar o médico. Crises de até 7 dias.
2. Enxaqueca – A forma mais comum de cefaleia primária nos consultórios e pronto-socorros. Caracteriza-se por uma dor intensa, latejante, uni ou bilateral, acompanhada de dificuldades com a luz e barulhos, além de náuseas e ou vômitos. Crises de até 72 horas.
3. Cefaleia em salvas – Forma rara de cefaleia primária, acomete mais homens jovens e de meia-idade. Caracteriza-se por dor intensa, em facada, ao redor de um olho, com lacrimejamento e rinorreia. Pode haver queda de pálpebra e olho vermelho, todos do mesmo lado da dor. Crises de até 180 minutos.
Diagnóstico
O diagnóstico dos diferentes tipos de cefaleia começa pelo levantamento da história do paciente e pelo exame clínico e neurológico com o objetivo de determinar as causas e as características da dor.
Alguns exames de sangue e de imagem, como ressonância magnética, tomografia de crânio e eletroencefalograma podem ser necessários para estabelecer o diagnóstico diferencial nos casos de cefaleias secundárias.
Tratamento
Nos casos de cefaleias secundárias, o tratamento será o de controle das enfermidades de base.
Quanto às cefaleias primárias, o tratamento varia de acordo com o tipo da cefaleia.
Crises esporádicas de cefaleia tensional costumam responder bem ao uso de analgésicos comuns. Nos quadros crônicos, medicamentos antidepressivos têm-se mostrado eficazes como os tricíclicos.
Mudanças no estilo de vida que ajudem a controlar a tensão e o estresse, assim como a prática de exercícios físicos, e acupuntura são medidas importantes tanto para a prevenção quanto para o alívio da dor.
O tratamento das cefaleias em salvas tem basicamente dois objetivos: prevenir novas crises e abortar a dor tão logo tenha se manifestado. Essa cefaleia cefaleia só responde a medicamentos que agem diretamente sobre os receptores da serotonina. A inalação de oxigênio é outro recurso terapêutico útil para controle da dor.
Quanto ao tratamento preventivo, existem vários medicamentos que apresentam bons resultados, mas só devem ser utilizados com indicação médica como ácido valpróico e o verapamil.
Muitas vezes, os episódios de enxaqueca podem ser controlados com analgésicos comuns associado a anti-inflamatório. Os triptanos, apresentam bons resultados no controle da dor e baixa incidência de efeitos colaterais.
O Ambulatório de Cefaleia recebe encaminhamentos de usuários do SUS do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.