A semiotécnica cardíaca é fundamental para o cardiologista formular as hipóteses diagnósticas das doenças valvares.
Em que pese a Faculdade de Medicina de Marília (Famema) se utilizar de metodologias ativas de ensino-aprendizagem consideradas ultramodernas, nada como a aula magna de anatomia, seguida de aula de semiologia cardíaca, e discussão em ambulatórios de cardiologia com pacientes reais, e não paciente simulados de LPP (Laboratório de Prátíca Profissional), no modelo “PBL made in Famema” para se aprender a ausculta cardíaca em manequins.
O aparelho cardiovascular é formado por um órgão propulsor de sangue, e uma rede vascular de distribuição.
Excitados periodicamente, os músculos do coração se contraem impulsionando o sangue através dos vasos a todas as partes do corpo.
Para a semiotécnica é preciso:
É necessário conhecer a projeção do coração e os grandes vasos da base na parede torácica .
· Borda direita – Veia cava superior e o átrio direito (borda esternal direita).
· Borda esquerda – Artéria aorta artéria pulmonar e ventrículo esquerdo (borda esternal esquerda).
Realiza-se a inspeção e palpação simultaneamente.
Examinando deve estar em decúbito dorsal elevado a 30º e o examinador do lado direito ou esquerdo.
Investigam-se:
· Abaulamentos, depressões ou achatamentos pré-cordiais (olhando de maneira tangencial e frontal).
· Análise do ictus cordis ou choque da ponta ou ponto de impulso máximo (PIM) ou ponto apical.
Varia de acordo com o biótipo, localiza-se no cruzamento da linha média clavicular esquerda com o 4º. ou 5º. espaço intercostal.
Consiste em um impulso normal, periódico e circunscrito, sentido como uma pulsação suave de 1 a 2 cm de diâmetro.
Este pode alterar sua localização em estado patológicos e fisiológicos.
Os fisiológicos são:
– normolíneos – 4º espaço intercostal esquerdo, 6 a 10 cm da linha médio esternal.
– brevelíneos – 4º espaço intercostal esquerdo, a mais de 8 cm da linha médio esternal.
– longilíneos – 5º espaço intercostal esquerdo, a menos de 8 cm da linha médio esternal.
Nas patologias pode estar desviado ou ausentes.
· Pulsações epigástricas – podem ser vistas ou palpadas, correspondendo à transmissão na parede abdominal das pulsações aórticas.
· Pulsações supra esternal ou na fúrcula esternal – podem aparecer e dependem das pulsações na croça da aorta.
Ausculta
Pode ser realizada com o cliente em várias posições: deitada, em decúbito lateral, sentado ou em pé.
Os focos de ausculta são:
· Mitral (FM) – localiza-se na sede do ictus cordis.
· Aórtico (FAo) – localiza-se no 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal.
· Aórtico acessório (FAA) – localiza-se no 3º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal (ponto ERB).
· Pulmonar (FP) – localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal.
· Tricúspide (FT) – localiza-se na base do apêndice xifóide.
A ausculta cardíaca começa no foco apical e vai ao longo da borda esternal esquerda até o foco aórtico e pulmonar. Após, coloca-se o examinando em decúbito lateral esquerdo e ausculta o foco mitral à procura de sopro.
Devemos observar:
– Ritmo: classificando-o em regular ou irregular.
– Frequência – número de batimentos cardíacos em 1 minutos.
OBS.: É importante a contagem simultânea do pulso apical (ictus cordis) e do pulso radial, pois em determinadas patologias poderá haver variação de um pulso para o outro.
– Bulhas cardíacas
· 1ª. Bulba (B1) – Corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. Melhor ouvida no ictus cordis (ápice cardíaco).
· 2ª. Bulba (B2) – Corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais agudo, duração menor que a 1ª. Bulba (melhor ouvida nos focos aórtico e pulmonar – base do coração).
– Arritmias cardíacas – é quando há alteração no ritmo, frequência ou ambos.
Sendo assim, torna-se de fundamental importância para os profissionais de saúde saber como examinar adequadamente o sistema cardiovascular empregando semiotécnica e semiogênese adequadas.
Lutemos por uma Famema melhor!