Arquivo da categoria: Neurologia

Epilepsia na infância

epilepsyA epilepsia é definida pela Organização Mundial de Saúde como uma “afecção crônica de etiologia diversa, caracterizada por crises repetidas, devidas a uma carga excessiva dos neurônios cerebrais, associada eventualmente com diversas manifestações clínicas e paraclínicas” .

As células cerebrais apresentam-se com uma atividade anormal, que se manifesta de outras maneiras, como contrações repetidas e espasmódicas dos músculos (as convulsões), alterações sensoriais, autonômicas, e psicológicas.

Em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública, não somente por sua elevada incidência, calculada em 18 de cada 1000 habitantes, variando de pais para outro, mas também pela repercussão da enfermidade, a recorrência de suas crises, as repetidas incapacidades desta mesma causa, além do sofrimento dos próprios pacientes devido às restrições sociais imposta aos mesmos.

A incidência na população pediátrica é grande, uma vez que deve se recordar que 75% dos pacientes epilépticos iniciam seu padecimento antes dos 18 anos.

Deve ser destacada a importância de se efetuar um diagnóstico o mais cedo possível e estabelecer um tratamento preciso com a aplicação dos princípios fundamentais da terapia antiepiléptica na criança, além de manejar os aspectos psicossociais relevantes para oferecer uma completa reintegração a seu núcleo familiar, escolar e social.

O sistema nervoso central (SNC) da criança desde antes do nascimento se encontra em mudança dinâmica constante.

Apesar de sua formação começar nas primeiras semanas após a concepção, sua maturação continua até a idade adulta.

A criança como consequência destas mudanças no SNC, pode desenvolver crises epilépticas que não se apresentam no adulto .

Se por um lado, certas síndromes epilépticas aparecem somente em uma faixa específica de idades, por outro, as manifestações clínicas das crises se modificam com a idade.

Por exemplo, existe uma incapacidade do cérebro do recém nascido para desenvolver crises severas, chamadas de tônico-clônicas.

As crises febris (convulsões que se apresentam depois de uma febre alta) se apresentam somente entre os seis meses e os cinco anos de idade, etc.

Desde cedo, a sensibilidade aos diferentes medicamentos também se modifica, não somente em função da mudança do tipo de crise, mas também pela mudança no metabolismo dos fármacos que são diretamente dependentes da idade .

Seminário apresentado pelas alunas Beatriz Zavanella, Cristiane Andressa dos Santos, Flora Taube Manicardi, Jhulya Guilherme, Leticia Alvieri Riato, Maria Cecilia Bayer Pereira, Monique de Melo, Nayra Neri da Silva, do 3º ano do curso de Fonoaudiologia – Unesp Marília- abordando o tema Epilepsia na Infância.

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Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

dor de cabeça - eleganteSeminário apresentado pelos alunos –  Ornella Fuzati, Juliana Sakamoto, Thuannny Calado, Luis Fernando Carvalho e Rodolfo Mello – do 4º ano do curso de medicina da Famema abordando Cefaleias Primárias.

Cefaleia  é uma condição frequente, de intensidade variável e características distintas.

Podem ser divididas em dois grupos: primárias e secundárias.

Ao primeiro grupo pertencem as dores de cabeça que indicam, ao mesmo tempo doença e sintomatologia.

Ao segundo, aquelas que são secundárias a outras doenças. Por exemplo: infecções bacterianas e virais (sinusite, meningite, encefalite, gripes e resfriados), fibromialgia, aneurismas, tumores cerebrais, avc, traumas de crânio, lesões cranianas, distúrbios oftalmológicos e do ouvido.

Cefaleias Primárias 

Cefaleias primárias são aquelas de causa desconhecida, ou seja, cuja origem não pode ser explicada por uma lesão cerebral ou alguma lesão em outro lugar do corpo.

Diferencia-se, portanto, das chamadas cefaleias secundárias, onde há uma causa identificável para a dor de cabeça.

As cefaleias primárias podem ser classificadas em:

1. Cefaleia tensional – A forma mais comum de cefaleia primária, onde há dor em pressão ou aperto frontal, fronto-occipital ou holocraniana. Costuma ser leve ou moderada, não atrapalha as atividades da vida diária, e raramente leva o paciente a procurar o médico. Crises de até 7  dias.

2. Enxaqueca – A forma mais comum de cefaleia primária nos consultórios e pronto-socorros. Caracteriza-se por uma dor intensa, latejante, uni ou bilateral,  acompanhada de dificuldades com a luz e barulhos, além de náuseas e ou vômitos.  Crises de até 72 horas.

3. Cefaleia em salvas – Forma rara de cefaleia primária, acomete mais homens jovens e de meia-idade. Caracteriza-se por dor intensa, em facada, ao redor de um olho, com lacrimejamento e rinorreia. Pode haver queda de pálpebra e olho vermelho, todos do mesmo lado da dor.  Crises de até 180 minutos.

Diagnóstico

O diagnóstico dos diferentes tipos de cefaleia começa pelo levantamento da história do paciente e pelo exame clínico e neurológico com o objetivo de determinar as causas e as características da dor.

Alguns exames de sangue e de imagem, como ressonância magnética, tomografia de crânio e eletroencefalograma podem ser necessários para estabelecer o diagnóstico diferencial nos casos de cefaleias secundárias.

Tratamento

Nos casos de cefaleias secundárias, o tratamento será o de controle das enfermidades de base.

Quanto às cefaleias primárias, o tratamento varia de acordo com o tipo da cefaleia.

Crises esporádicas de cefaleia tensional costumam responder bem ao uso de analgésicos comuns. Nos quadros crônicos, medicamentos antidepressivos têm-se mostrado eficazes como os tricíclicos.

Mudanças no estilo de vida que ajudem a controlar a tensão e o estresse, assim como a prática de exercícios físicos, e acupuntura são medidas importantes tanto para a prevenção quanto para o alívio da dor.

O tratamento das cefaleias em salvas tem basicamente dois objetivos: prevenir novas crises e abortar a dor tão logo tenha se manifestado. Essa cefaleia cefaleia só responde a medicamentos que agem diretamente sobre os receptores da serotonina. A inalação de oxigênio é outro recurso terapêutico útil para controle da dor.

Quanto ao tratamento preventivo, existem vários medicamentos que apresentam bons resultados, mas só devem ser utilizados com indicação médica como ácido valpróico e o verapamil.

Muitas vezes, os episódios de enxaqueca podem ser controlados com analgésicos comuns associado a anti-inflamatório. Os triptanos, apresentam bons resultados no controle da dor e baixa incidência de efeitos colaterais.

O Ambulatório de Cefaleia recebe encaminhamentos de usuários do SUS do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Acidente Vascular Cerebral. Principais fatores de risco. Seminário. Curso de Medicina da Famema

avc velhinhaSeminário apresentando pelos alunos Laura Beatriz Kracker Martucci, Mariana Said Moreira, Paula Consoline Micheletto, Taís Albano Hernandes e Vithor Zuccaro Wajsman em estágio no Ambulatório Mario Covas-Ambulatório de Cefaleia – Disciplina Educação em Ciências da Saúde- 4ºano do curso de medicina da Famema.

Introdução

Conhecido popularmente como “derrame cerebral”, o Acidente Vascular Cerebral é a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacitação física e mental.

O AVC pode ser compreendido como uma dificuldade, em maior ou menor grau, de fornecimento de sangue e seus constituintes a uma determinada área do cérebro, determinando o sofrimento ou morte desta (neste caso, chamado infarto) e, consequentemente, perda ou diminuição das respectivas funções.

Existem basicamente dois tipos de AVC:

a) Isquêmico: quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo.

b) Hemorrágico: quando o vaso sangüíneo se rompe, extravasando sangue.

Fatores de Risco para o AVC

Fator de risco é aquele que pode facilitar a ocorrência do AVC.

É imprescindível a sua caracterização e devida correção, pois quase toda a prevenção do AVC é baseada no combate aos fatores de risco.

Os principais são:

a. Pressão Arterial: é o principal fator de risco para AVC.

Quando a pressão arterial estiver acima do normal temos a hipertensão arterial. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia. 

b. Doença Cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC.

As principais situações em qúe isto pode ocorrer são: arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas etc

c. Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.

d. Fumo: sempre devemos evitá-lo; é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco.Acelera o processo de aterosclerose, torna o sangue mais viscoso (concentrado) ao longo dos anos (aumentando a quantidade de glóbulos vermelhos) e aumenta o risco de hipertensão arterial. 

e.Uso excessivo de bebidas alcoólicas: os níveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

f. Diabetes Mellitus: é uma doença em que o nível de glicose no sangue está elevado. Se um portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.

g. Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.

h. Sexo: até os 51 anos de idade os homens ter maior propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.

i. Raça: é mais freqüente na raça negra.

j. História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, AIT, infarto do miocárdio ou doença vascular de membros têm maior probabilidade de apresentar AVC.

k. Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

l. Sangue muito viscoso: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que apresentam doenças pulmonares crônica,  ou que vivem em grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio, aumentando a produção dos glóbulos vermelhos. 

m. Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pilulas, mas o médico deve avaliar cada caso. 

n.Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.

Exames Complementares

Os exames mais comuns são:

  1. exames laboratoriais de sangue, urina, líquido cefalorraquiano (líquor)
  2. avaliação cardíaca e pulmonar, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia do tórax;
  3. exames de imagem do crânio (cérebro), tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, angiografia cerebral;
  4. outros exames: ultrassonografia das artérias carótidas e vertebrais, etc
Tratamento

Utilização de antiagregantes plaquetários, e quando possível se atendido dentro de 4 horas e meia do início dos sintomas, a prescrição de utilização de trombolíticos em Unidades de AVC.

Após fisioterapia, controle das comorbidades e plano de reabilitação.

O Ambulatório Neurovascular recebe usuários do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

Cefaleias Primárias. Anamnese, exame físico e tratamento. Seminário. Curso de Medicina da Famema

dor de cabeça- meninoSeminário apresentando pelos alunos  Juliana Jaime de Souza, Marcos Rezende Junior, Patrícia Millás Ribeiro, Rodolfo Lucas Lins e Valquíria Ferraz de Jesus – alunos do 4º ano do curso de medicina da Faculdade de Medicina de Marília (Famema)- enfatizando as principais características neurológicas das principais cefaleias primárias.

Cefaleia é uma das queixas mais comuns nos serviços de saúde ambulatoriais e de emergência.

Estima-se que, durante toda a vida, 97% de todas as mulheres e 93% de todos os homens apresentarão pelo menos um episódio de dor de cabeça.

Cefaleia é a terceira causa de atendimento nos ambulatórios de clínica médica e a primeira causa de procura pelo neurologista.

Quando se avaliam os principais motivos de atendimento no pronto-socorro (PS), cefaleia está entre os cinco primeiros.

Os motivos da procura ao médico variam desde uma simples explicação para o motivo de ocorrência das cefaleias primárias até a presença de cefaleias incapacitantes, primárias ou secundárias.

A primeira questão que precisa ser entendida pelo médico que atende uma pessoa com queixa de cefaleia é que se trata de uma doença, e também de um sintoma.

De maneira bastante prática, a pergunta que o médico deve responder para si próprio é: trata-se de uma cefaleia primária ou de uma cefaleia secundária?

Cefaleia primária é aquela em que a dor não pode ser atribuída a nenhuma alteração, seja estrutural (tumor, malformação artério-venosa, abscesso cerebral, hidrocefalia, dentre outras), metabólica (hipoglicemia, uremia, hipercapnia, uso de nitratos, dentre outras) ou de outra natureza identificável.

A contrario sensu, aquela dor que é sintoma de uma condição que a justifique, é a chamada cefaleia secundária (por exemplo: cefaleia secundária ao uso de nitratos para o tratamento da insuficiência coronariana; cefaleia secundária à ruptura de um aneurisma intracraniano, cefaleia secundária a meningite, etc.).

De maneira geral, 5% a 10% de todas as cefaleias são secundárias, enquanto a esmagadora maioria é cefaleia primária. Dentre as cefaleias primárias, as três mais frequentes são a enxaqueca, a cefaleia tipo tensional e a cefaleia em salvas ou cefaleia de Horton. Assim, deve ser de domínio de todo o médico o pronto reconhecimento dessas entidades.

Talvez a característica mais marcante das cefaleias primárias seja sua recorrência e estereotipia na apresentação clínica, o que, em geral, não ocorre nas cefaleias secundárias.

Isso ocorre de forma tão consistente que critérios diagnósticos baseados em características clínicas puderam ser estabelecidos.

Em 1988, a Sociedade Internacional de Cefaleia publicou a Classificação e Critérios Diagnósticos das Cefaleias e Algias Faciais, em 2004 sua segunda edição, e 2013 a terceira edição.

Exames Complementares

O exame necessário para investigação varia de acordo com a hipótese considerada. Assim, na suspeita de arterite de células gigantes, o VHS pode ser mais importante que a tomografia computadorizada.

O exame de imagem é exceção no diagnóstico.

Com exceção dos casos de suspeita de sangramento intracraniano e traumatismo de crânio, a ressonância magnética é superior à tomografia computadorizada (TC). No entanto, o menor custo desta última, aliado a sua maior facilidade de realização e disponibilidade, a torna o exame de eleição na maior parte dos casos na unidade de emergência.

Outro exame frequentemente necessário é o líquor. A punção liquórica na unidade de emergência pode estar indicada para a investigação de cefaleia nas seguintes situações:

Cefaleia de início súbito com TC de crânio normal

Cefaleia acompanhada de sinais de infecção

Suspeita de sangramento ou processo inflamatório

Suspeita de hipertensão ou hipotensão intracraniana

Cefaleia associada a déficits de nervos cranianos (quando a TC não esclarecer o diagnóstico e não contraindicar a punção)

Cefaleia em pacientes com neoplasia ou HIV positivos sem lesão intracraniana que contraindique a punção

Como dito anteriormente, de uma forma geral pacientes que preencham critérios para cefaleias primárias e que tenham exame clínico e neurológico normal não necessitam de investigação complementar.

Exceção a esta regra são aqueles pacientes que se apresentem com dor de cabeça com características de cefaleias primárias, mas que têm algum sinal de alerta, ou algum aspecto atípico na apresentação clínica, tais como aura de enxaqueca prolongada (maior que 1 hora) e aura atípica (súbita, estritamente unilateral ou associada a déficits motores, de linguagem ou de nervos cranianos).

 Tabela : Sinais de alerta nas cefaleias

A primeira ou pior Cefaleia da vida do paciente ou Cefaleia de início súbito
Cefaleias de início recente
Cefaleia nova após os 50 anos de idade
Cefaleia associada a alterações do exame neurológico, rebaixamento do nível de consciência, rigidez de nuca ou a febre
Cefaleia nova em paciente com história de neoplasia, infecção pelo HIV ou coagulopatias
Cefaleia após traumatismo de crânio
Cefaleias de esforço
Cefaleias progressivas ou refratárias ao tratamento

 

Algoritmo

Esquemas terapêuticos podem ser administrados havendo espaço para flexibilidade, e associações de drogas.

A escolha deve depender de opções individuais, da intensidade da dor, da disponibilidade, da tolerância e das contraindicações específicas para cada paciente, não havendo regras definitivas.

Muito se discute atualmente se o tratamento sintomático deve ser passo a passo, utilizando drogas progressivamente mais potentes, ou se deve ser estratificado, optando-se em cada paciente pela droga mais adequada conforme a intensidade e o pico de desenvolvimento da dor. Hospitalização para hidratação endovenosa pode ocorrer se o paciente estiver muito prostrado como costuma acontecer no estado de mal enxaquecoso.

O Ambulatório de Cefaleia atende usuários do SUS do Departamento Regional  de Saúde IX do Estado de São Paulo.

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Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Seminário. Curso de Medicina da Famema

Seminário apresentado pelos alunos  Jéssica Azevedo Veronesi, Letícia Yassumoto, Miriane Borges Marques, Rafael Marques Domingues e  Thaís Fernanda Silva Almeida Ribeiro – 4º  ano do curso de medicina da Famema – no Ambulatório Neurovascular Famema.

Definição

O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é causado pela falta de  irrigação sanguínea em uma área do cérebro por conta da obstrução de uma artéria.

Responsável por 85% dos casos de Acidente Vascular Cerebral, sendo a principal causal de morte e incapacidades no Brasil.

A cada 6 segundos uma pessoa no mundo morre decorrente de um AVC.

Muito raro em crianças.

Acomete jovens, e mais frequentemente idosas.

O AVCI deixa sequelas que podem ser leves, transitórias, graves e incapacitantes.

As mais frequentes são paralisias em membros (superior e ou inferior), perda do campo visual, alterações de memória e afasias.

A falta do sangue, que carrega oxigênio e nutrientes, pode levar à morte neuronal em poucas horas.

Por isso, na suspeita de AVCI, o reconhecimento dos sintomas, e encaminhamento rápido ao hospital é fundamental.

Sintomas

Fraqueza ou adormecimento em apenas um lado do corpo (hemicorpo), dificuldade para falar e/ou entender comandos verbais, dificuldade ao engolir, perda da visão, tontura, desvio da boca, e perda da coordenação motora.

Os sinais acontecem de forma súbita, podendo ser únicos ou combinados.

Fatores de risco

Os fatores de risco para o AVC podem ser considerados modificáveis (controlados com mudanças no estilo de vida ou medicamentos), ou não modificáveis.

O  tabagismo,  hipercolesterolemia, sedentarismo e doenças cardiovasculares, tais como hipertensão arterial e arritmias cardíacas são os principais fatores de risco.

Hipertensos têm quatro a seis vezes mais chances de terem um episódio de AVC.

Isso acontece por conta do enrijecimento dos vasos (arteriosclerose) e aterosclerose (placas de gordura), comuns nos hipertensos, que pode levar à obstrução arterial.

Diabéticos devem controlar as taxas de glicemia capilar e outros fatores de risco, pois o risco de isquemia é duas vezes maior se comparado aos não diabéticos.

Diagnóstico

O diagnóstico e tratamento precoce dependem da rapidez com que o paciente procura o serviço de emergência  médica (Unidades de AVC), o qual deve possuir equipe multidisciplinar treinada no protocolo de atendimento do AVC, e  a existência de tomografia computadorizada disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O tempo recomendado para o diagnóstico do paciente com AVC, da entrada no setor de emergência até a confirmação por exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética) deve ser, no máximo, de 45 minutos.

A tomografia é mais utilizada pela rapidez, e falta de contraindicações para sua realização.

Devem ser realizados também exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, ultrassom doppler de carótidas, doppler transcraniano e exames de laboratório, com a finalidade de identificar a causa da isquemia nos vasos cerebrais.

Tratamento

O tratamento para a desobstrução das artérias consiste na administração de trombolítico, o qual dissolve o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo no cérebro.

O trombolítico deve ser administrado  em até 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas, ou ainda considerar à situação em que o indivíduo foi visto como ausente de sintomas, e posteriormente encontrado com sintomas ao acordar.

O medicamento também pode ser injetado diretamente no interior do coágulo por cateterismo cerebral, com prazo máximo de até 6 horas do início dos sintomas.

Existem cateteres que podem realizar a desobstrução da artéria, sugando ou retirando o trombo, associada ao medicamento trombolítico injetado no coágulo (terapia combinada).

O tratamento com trombolíticos é uma opção terapêutica desde 1995.

Dados mostram que apenas 1% dos acometidos com AVCI recebem o trombolítico no mundo.

Independente da técnica, o fator fundamental para um bom resultado é o tempo.

Quanto menor o tempo entre os sintomas e o tratamento, maiores as chances de recuperação.

Os cuidados realizados nos pacientes pela equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos) são os que trazem mais benefícios para os pacientes.

Aplicação da reabilitação deve ser introduzida nos primeiros seis meses após o AVCI.

Prevenção

É indispensável o controle da pressão arterial em níveis inferiores a 120/80 mmHg , controle do diabetes, e redução dos níveis de colesterol.

Doenças cardíacas que promovam arritmias devem ser tratadas para se evitar  tromboembolismo e AVCI.

Praticar exercícios físicos regulares e manter alimentação adequada devem ser orientadas na prevenção primária e secundária.

O que fazer diante da suspeita de AVC?

A identificação rápida dos sintomas é muito importante para o diagnóstico e o tratamento adequado, além de redução de incapacidades.

Dirija-se imediatamente a um serviço hospitalar especializado. Não perca tempo!

Cada minuto é importante, pois quanto mais tempo entre o surgimento dos sintomas e o início do tratamento adequado maior a lesão no cérebro.

Serviços de Urgência:

SAMU: 192

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Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia - clusterSeminário apresentado pelos alunos do 4º ano do curso de medicina da Famema –  —Marília Albanezi Bertolazzi, —Lays De Cassia, —Paulo Henrique Viçoti, —Tatiane Nishimura e —Yoichi Konno – discorrendo sobre as cefaleias primárias.

A cefaleia é particularmente comum no cotidiano das unidades que integram a Atenção Básica- UBS (Unidade Básica de Saúde) e USF (Unidade de Saúde da Família).

A cefaleia leva a prejuízos sociais, laborais, emocionais e econômicos.

As cefaleias primárias são as mais comuns, principalmente a cefaleia tensional, seguida pelas cefaleias tipo migrânea e as causadas por infecções sistêmicas agudas.

As cefaleias classificadas como secundárias são menos frequentes, mas que é fundamental o conhecimento dos sinais de alerta que indicam a gravidade da doença causal implicada na crise álgica.

A anamnese é que determina o diagnóstico.

O exame físico é parte importante da avaliação das cefaleias, pois permite detectar ou excluir sinais patognomônicos, e explica os exames complementares.

O tratamento e os cuidados devem levar em conta as necessidades individuais e que, para isso, uma boa comunicação clínica é essencial, incluindo familiares e cuidadores, que devem ser convidados a se envolver na gestão dos cuidados e nos tratamentos propostos.

Em nível de atenção básica, o profissional de saúde deve estar preparado para identificar sinais de gravidade diante de quadros de cefaleia aguda, especialmente quanto aos critérios que indicam a necessidade de referenciar o paciente a outros níveis de atenção.

E, por fim, destaca-se a importância da atuação da equipe multiprofissional nesse primeiro nível de atenção básica ao paciente com cefaleia primária ou secundária.

O Ambulatório Cefaleia  atende encaminhamentos de 62 municípios do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de Saúde de São Paulo.