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Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia - garotinhaSeminário apresentado pelos acadêmicos: André Cardoso Campello, Cahina Odilon Gobbo da Silva, Graziella Cassador Casteluci , Fernada Wentzcovitch, Davi William Spezzamiglio do 4º ano do curso de medicina da Famema.

Cefaleias primárias são aquelas de causa desconhecida, ou seja, cuja origem não pode ser explicada por uma lesão cerebral ou alguma lesão em outro lugar do corpo.

Diferencia-se, portanto, das chamadas cefaleias secundárias, onde há uma causa identificável para a dor de cabeça.

As cefaleias primárias podem ser classificadas em:

As mais comuns são:

1. Cefaleia tensional – A forma mais comum de cefaleia primária, onde há dor em pressão ou aperto holocraniana (na cabeça toda).

Costuma ser leve, não atrapalha as atividades da vida diária, e raramente leva o paciente a procurar o médico.

2. Enxaqueca – A forma mais comum de cefaleia primária nos consultórios e pronto-socorros.

Caracteriza-se por uma dor intensa, latejante, uni ou bilateral (de um ou dos dois lados da cabeça), que atrapalha e incomoda, acompanhada de dificuldades com a luz e barulhos, além de náuseas e ou vômitos.

3. Cefaleia em Salvas – Forma rara de cefaleia primária, acomete mais homens jovens e de meia-idade.

Caracteriza-se por dor intensa, em facada, ao redor de um olho, em crises que podem vir de madrugada ou o dia todo. Pode haver lacrimejamento, rinorreia,  queda de pálpebra e olho vermelho, todos do mesmo lado da dor.

As cefaleias primárias e secundárias têm fortes implicações clínicas, uma vez que a grande maioria dos casos de cefaleias que buscam apoio médico são formadas por cefaleias primárias benignas, e cerca de 90% delas fazem parte de um pequeno grupo que inclui as enxaquecas, a cefaleia histamínica ou em salvas e a cefaleia do tipo tensional.

Em pacientes com sintomas de enxaqueca, cefaleia tensional ou com cefaleia crônica, sem sinais neurológicos anormais, que buscaram apoio médico, o percentual de achados de alguma anormalidade séria no exame de imagem variou de 0 a 0,5%.

Estudos de imagem feitos em pacientes assintomáticos e voluntários mostrou taxa de anormalidade de 0,4%.

O Ambulatório de Cefaleia- Mario Covas- atende encaminhamentos de usuários do SUS do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

dor- van Gogh

Fisiopatogenia da Enxaqueca. Seminário. Curso de Medicina da Famema

enxaquecaA fisiopatogenia da enxaqueca  foi inicialmente  observada pelo pesquisador brasileiro Aristides Leão, ao observar  uma “onda de despolarização”  na córtex cerebral  em exame de eletroencefalograma, e que após essa constatação segue-se a dor de cabeça.

Em 1944, ao trabalhar em sua tese de doutorado pela Universidade de Harvard, o neurofisiologista  brasileiro Aristides Leão descobriu uma reação ocorrida no córtex cerebral e ainda não observada.

O fenômeno foi batizado como “depressão alastrante de Leão”, mas também ficou conhecido como “A Onda de Leão”.

De acordo com as investigações posteriores de Leão, a “depressão alastrante” não ocorre apenas no cérebro, mas também em outras estruturas do sistema nervoso.

O termo depressão alastrante (ou em inglês, cortical spreading depression) refere-se a um fenômeno que ocorre no cérebro em certas situações fisiológicas, e em certas doenças, como a enxaqueca.

A depressão alastrante (identificada pela sigla DA) é uma onda de alterações elétricas nos neurônios e nas suas células de suporte, as células da glia, que segue a parte mais externa do cérebro onde estão os corpos celulares dos neurônios, a substância cinzenta ou córtex cerebral.

Esta onda elétrica causa uma despolarização celular, ou seja, uma alteração da carga elétrica da célula, tipicamente negativa em repouso para positiva quando ativada.

Após esta ativação, sobrevém uma onda de desativação ou inibição, que dura mais tempo e que leva a alterações profundas nas concentrações de certas substâncias (íons ou átomos com carga elétrica). Esta onda se propaga pelo cérebro a uma taxa de 3 a 6 mm (milímetros) por minuto.

A DA foi descrita por um brasileiro, Aristides Leão, em 1943, e é muitas vezes chamada de depressão alastrante de Leão.

A DA pode ocorrer em crises epilépticas, crises de enxaqueca, ou pode ser induzida por lesões cerebrais, como traumas cranianos, hemorragias, como a hemorragia subaracnoidea dos aneurismas cerebrais e como os derrames hemorrágicos, e derrames cerebrais isquêmicos.

Vários estudos sugerem que esta onda de ativação e inibição celular que percorre o córtex cerebral está por baixo dos sintomas apresentados nas enxaquecas (ou migrâneas) com auras, aquelas que são precedidas por alterações visuais (como raios, espectros e arco-íris), ou formigamentos nos membros que duram, tipicamente, minutos (de 10 a 60 minutos em geral).

Lutemos por uma Saúde Pública com qualidade !

 

dor de cabeça

Cefaleias Primárias. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia - camiisa brancaSeminário sobre Cefaleias Primárias apresentada pelo Dr. Leonardo Medeiros no Ambulatório de Cefaleia – Ambulatório Mario Covas – disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde no ano de 2010.

A cefaleia é um sintoma universal no ser humano.

Estima-se que 90 a 100% das pessoas terão algum tipo de dor de cabeça ao longo da vida.

As cefaleias são divididas em primárias e secundárias.

As cefaleias primárias mais comuns são: enxaqueca, cefaleia de tensão, cefaleia em salvas.

Outras formas menos comuns de cefaleia primaria incluem a hemicrania continua, a cefaleia nova diária e persistente, cefaleia do esforço, cefaleia da tosse, cefaleia por estímulo frio, hemicrania paroxística crônica.

Cefaleias secundárias são aquelas causadas por alguma outra doença, tal como tumores cerebrais, traumatismo craniano, meningites, acidente vascular cerebral , hidrocefalia, e aneurismas.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) apontou a enxaqueca como a quarta doença crônica mais incapacitante no mundo, atrás apenas da tetraplegia, psicose e demência.

Calcula-se que nos Estados Unidos, o governo calcula perder US$ 12 milhões por ano com funcionários que faltam ao trabalho por causa da patologia.

Quanto à prevalência da enxaqueca, ataca mais as mulheres do que os homens: estudos mostram que de 15% a 18% das mulheres e 6% dos homens apresentam sintomas característicos da doença.

Na população em geral, a incidência atinge 11%.

E, embora o primeiro ataque possa acontecer até na velhice, o mais comum é surgir já na adolescência.

A enxaqueca é uma cefaleia benigna, isto é, não está relacionada a tumores ou outras moléstias graves.

Na crise, o paciente pode sentir intolerância à luz e barulhos ou cheiros, náuseas e ou vômito e tonturas.

A dor é pulsátil ou latejante, ocorrendo de um lado da cabeça, ou alternando de um lado para outro durante os episódios. A duração vai de 4 a 72 horas e costuma piorar com esforço físico e melhorar com repouso e sono.

Algumas pessoas podem sofrer com perturbações visuais (enxergar pontos luminosos) ou formigamentos em alguma parte do corpo.

A Sociedade Internacional de Cefaleia reconhece mais de 150 modalidades de dor de cabeça, e a enxaqueca é uma delas.

Trata-se de uma doença transmitida por meio de genes, que pode ou não causar crises de dor de cabeça, ou seja, o indivíduo pode ter  enxaqueca sem apresentar dor.

Em cerca de 15% dos casos, o quadro de dor é precedido por uma aura premonitória que envolve sinais neurológicos ,como as alterações visuais.

Para caracterizar a enxaqueca e ter certeza do diagnóstico, é necessário apresentar mais de dois dos sintomas: dor unilateral, dor de intensidade média ou forte, latejamento e piora com a movimentação; e um dentre os sinais náusea ou vômito, fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (desconforto provocado por sons) e ou osmofobia (intolerância a cheiros).

O diagnóstico é feito em consultório, com levantamento de dados do histórico e exame neurológico normal.

Acredita-se que, em média, 2/3 dos portadores que recebem tratamento preventivo se beneficiam com redução de 50% no número de ataques.

Tratamento em duas colunas: podemos usar medicamentos como neuromoduladores, tais como antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes e antagonistas de cálcio.

Por fim, na hora de cuidar da crise propriamente dita, o médico pode utilizar triptanos  ou anti-inflamatórios combinado com analgésicos.

O Ambulatório de  Cefaleia recebe encaminhamentos de usuários do SUS  do Departamento Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo.

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Cefaléia Tensional. Seminário. Curso de Medicina da Famema

cefaleia oculosSeminário de Cefaleia Tensional apresentado pelo acadêmico Mateus Mantovani – 4º ano do curso de medicina da Famema – Ambulatório de Cefaleia –  Ambulatório Mario Covas – disciplinas de Neurologia e Educação em Ciências da Saúde no ano de 2010.

As cefaleias tensionais manifestam-se geralmente de manhã ou às primeiras horas da tarde e pioram ao longo do dia.

Muitas vezes, sente-se uma dor mantida e moderada sobre os olhos ou a nuca, ou então uma sensação de pressão forte (como uma fita apertada à volta da cabeça), que pode acompanhar a dor.

A dor pode abranger toda a cabeça e por vezes irradiar para a região cervical.

Para distinguir as cefaleias tensionais das perturbações mais graves, o médico tem em conta a duração da dor e como o doente a descreve quanto à sua localização, o que a provoca e o que a alivia, e se está associada a outros sintomas, como enjoo, fraqueza, perturbações sensitivas ou inclusive febre.

A dor de cabeça de aparecimento recente que acorda a pessoa, e é invulgarmente aguda, contínua, que aparece a seguir a um traumatismo craniano, ou coincide com outros sintomas como formigueiro, debilidade, falta de coordenação, alterações da visão ou desmaios, é muito provável que não seja uma cefaleia tensional.

Nessa situação aguda provavelmente a causa seja um processo clínico grave que exija uma avaliação pelo médico o mais cedo possível.

O Ambulatório de Cefaleia recebe encaminhamentos do Departamento Regional de Saúde  IX do Estado de São Paulo.

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