Carlos Drumond escreveu esse belo poema:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
O poema José mostra-se com uma visão pessimista do cotidiano.
Seu tema central é a solidão do homem, sua falta de espaço e revela uma profunda angústia pela vida.
Inicialmente, observamos que a alegria e a felicidade já existiram, mas agora, “a festa acabou”.
Em seu lugar ficou a escuridão, o frio, o abandono: José está só.
O poema de Carlos Drumond de Andrade aplica-se perfeitamente aos milhares de “Alunos Josés” que transitam pela vida acadêmica, em faculdades de medicina, sem serem notados, ouvidos ou vistos.
“Alunos Josés” que cursam faculdades de medicina sem infraestrutura e com projetos pedagógicos falaciosos.
São os “Alunos Josés” que cursam faculdades de medicina no modelo pedagógico e infraestrutura da FAMEMAM.
Famemam: Faculdade de Medicina de Ensino Mutilante Anacrônico e Mínimo.
Os “Alunos Josés” que serão condenados pela sociedade à ausência de conteúdos sólidos de medicina, que não tiveram nenhuma oportunidade aprender a dura realidade da nobre profissão de ser médico, que foram enganados pelas pedagogias de ideologia de que o importante não é ter conteúdo, mas o famigerado “aprender a aprender”, estão à beira de um colapso de nervos.
A farsa no ensino em faculdades de medicina que não ensinam, que não possuem pedagogos na faculdade, que não há Fórum Institucional para discussão de mudanças[de verdade, não formal], que não há aulas, que não há seminários, que não há laboratórios de anatomia, de fisiologia, de patologia, histologia, etc. parece ter encontrado um adversário poderoso em confrontá-la: o MEC.
O mesmo MEC que é conivente com a abertura indiscriminada de cursos de medicina terá agora que aplicar critérios de avaliação em alunos dos cursos de medicina pelo Brasil.
Motivo: A chamada Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem) está prevista no Programa Mais Médicos (Lei 12.871/2013) e em resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Agora é fogo amigo.
Avaliar os próprios cursos de medicina implantados com sua autorização, e alguns que não têm nenhuma infraestrutura.
E agora “Aluno José” ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou
e agora, José?
“Aluno José” está mais do que na hora de sair da zona de conforto, e lutar por melhorias na sua faculdade, sob pena de não poder exercer medicina no Brasil.
“Aluno José” seu futuro acadêmico e profissional está em xeque!
Com essa decisão o ministro Mercadante se torna alguém que fez mais a medicina brasileira do que muitos médicos. Agora ou a Famema faz uma reforma radical de seu currículo pedagógico, investe em uma melhor infraestrutura, e muda o pensamento de muitos professores inescrupulosos, ou vamos ver esse barco afundar mais rápido do que imaginávamos. Não foi por falta de aviso. O professor Marchioli luta há muitos anos nessa faculdade por uma Famema melhor. Só que muitos professores dessa faculdade não dão ouvidos àqueles que criticam, e que insistem na teimosia de continuar com o PBLixo que a Famema adota. Agora não tem escapatória e nem choro. Se quiserem vão ter que lutar contra um comunista que esses mesmos comunistas colocaram no poder. Infelizmente a maioria vai ter aula paralela a faculdade para estudar para essa prova. Vai ter gente que vai faltar a faculdade para ir nas Med Aulas de cursos preparatórios, as quais vão substituir o ensino que a Famema deveria oferecer aos seus alunos. Tomem essa seus ridículos!!
E agora alunos da Famema ? Sem aulas e sem provas… Sem laboratórios . E agora alunos da Famema ?