Doença de Parkinson. Seminário. Curso de Medicina da Famema

doena de parkinson - azulSeminário apresentado pelo acadêmico Cássio  Guedes Pelegrini Júnior no ambulatório de Neurologia- Ambulatório Cefaleia- Ambulatório Mário Covas -disciplinas Neurologia e Educação em Ciências da Saúde  da Famema sobre a  Doença de Parkinson.

Os tremores na Doença de Parkinson, ao lado da hipertonia e bradicinesia, são sinais que devem ser percebidos de plano pelo aluno de medicina, já que a partir da constatação dos mesmos, a patologia já dever ser pensada.

A terapia para a Doença de Parkinson evoluiu muito nos últimos anos, e a medicina consegue minimizar os sinais e sintomas por décadas, desde que o doente receba tratamento adequado e eficaz.

O retardo no tratamento é prejudicial ao doente.

A população brasileira está envelhecendo, e o manejo da terapia em tremores, notadamente na Doença de Parkinson deve ser de compreensão para o aluno de medicina, independente de ser neurologista ou não, pois os pacientes podem procurar clínicos gerais e ou geriatras, antes de procurar o neurologista.

A doença de Parkinson é uma patologia relativamente comum e de causa desconhecida.

Pode iniciar em qualquer idade, mas é raríssima antes dos 65 anos.

Ocorre perda de neurônios em regiões específicas do cérebro. É uma doença degenerativa e progressiva, que geralmente evolui lentamente durante muitos anos.

O quadro clínico clássico é de tremor, rigidez e lentificação de movimentos.

O tremor geralmente é o que chama atenção primeiramente.

No início é de um lado só do corpo (com a evolução atinge também o outro lado). Isso é um aspecto muito importante a ser ressaltado, a Doença de Parkinson geralmente começa assimétrica (diferente de outros tremores que são geralmente simétricos).

O tremor é mais percebido quando o membro está relaxado (tremor de repouso), geralmente melhora com a ação do membro e desaparece durante o sono. É geralmente um tremor grosseiro, com alta amplitude e frequência baixa, como se o paciente estivesse “contando moedas” com as mãos.

Além do tremor o paciente apresenta rigidez muscular. Essa rigidez é percebida quando tenta-se movimentar a articulação do paciente com ele relaxado, nota-se que a articulação fica mais dura.

Outro parâmetro é a lentificação progressiva dos movimentos. O paciente com Parkinson faz movimentos mais lentos e dificultosos, por vezes hesita ao tentar iniciar uma ação.

Além dessa Tríade Clássica (tremor de repouso / rigidez e lentificação dos movimentos) outras coisas podem ser notadas no paciente:

1- Alteração de marcha = o paciente passa a andar diferente. O tronco fica mais curvado para frente e os passos mais curtos. Os braços passam a balançar menos em relação ao corpo do paciente (perda do balanço passivo dos braços). O paciente pode ter dificuldade em iniciar a marcha.

2- Alteração no rosto do paciente = o paciente com Parkinson fica com o rosto menos expressivo, chamamos isso de “rosto em máscara” ou “rosto congelado”. Como o rosto expressa nosso estado emocional o paciente com Parkinson pode ter dificuldade em transmitir seu estado de espírito atual, parecendo por vezes mais triste e desinteressado do que realmente está.

3- Instabilidade Postural = o paciente com Parkinson pode ter maior tendência a quedas sem motivos aparentes. Ele se instabiliza com maior facilidade, principalmente quando vira ou muda de direção durante a marcha. Quedas são frequentes, principalmente após dois  ou três anos do início da doença.

4- Alterações do sono. Com relativa frequência o paciente com Parkinson move-se durante o sono, como se estivesse vivenciando seus sonhos. Essa é geralmente uma queixa de quem dorme ao lado do paciente, uma vez que este geralmente nem percebe.

O tratamento da Doença de Parkinson é também multiprofissional.

A reabilitação com fisioterapia aliada ao uso de medicações geralmente mantém a capacidade funcional do paciente por muitos e muitos anos.

Poucas doenças crônicas em neurologia respondem tão bem aos remédios como a Doença de Parkinson.

No início do tratamento o paciente pode ficar completamente livre dos sintomas ou pelo menos muito bem compensado a ponto de ter uma vida independente e produtiva.

Com a evolução da doença os medicamentos precisam ser constantemente ajustados e eventualmente aliados a outras drogas para terem o mesmo efeito. Pode surgir efeitos colaterais associado ao uso intenso dessas medicações, tais como movimentos involuntários.

Na fase mais tardia o controle dos sintomas é parcial, mas ainda muito importante.

Não existe cura definitiva para essa patologia, mas os excelentes resultados do tratamento dependem do reconhecimento precoce do problema e da busca pelo atendimento adequado na rede de atenção básica.

O Brasil precisa de médicos competentes e compromissados para cuidar dos pacientes com Doença de Parkinson !

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